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15 de janeiro de 2011

Ser Consciente é participar do Limpa Brasil

O Limpa Brasil Let's do it! é uma iniciativa da sociedade civil com intuito de convocar seres conscientes das maiores cidades brasileiras a participar do mais amplo movimento de limpeza de ruas e bairros dessas cidades.

Fique ligad@! A partir de março de 2011, as 14 maiores cidades do país em população receberão o movimento, que pretende envolver toda a sociedade brasileira em uma mudança de atitude em relação ao lixo.

A inspiração deste movimento veio da Estônia, onde o mutirão limpou todo o país em um só dia!

Ao contrário de outras campanhas, a iniciativa no Brasil é de longo prazo: pretende permanecer no Brasil por 10 anos. Tem patrocínio de grandes empresas e a parceria com as prefeituras para garantir o sucesso da iniciativa.

A Comunidade Consciente apóia o Limpa Brasil!!!

21 de maio de 2010

Supermutirão vai limpar principais capitais brasileiras a partir de 2011

Convite para a consciência!!!

Por Rogério Ferro, do Instituto Akatu

Campanha para mobilizar cidadãos será lançada na noite desta quinta-feira, dia 20, no Rio de Janeiro; organizadores querem atrair 200 mil voluntários para recolher lixo nas ruas cariocas em uma semana

Na primeira semana de março de 2011, as ruas da cidade de Rio de Janeiro serão tomadas por 200 mil voluntários decididos a livrar a cidade do lixo em uma semana. Belo Horizonte, Brasília e, por fim, São Paulo – com intervalos de seis a oito meses – serão as próximas cidades beneficiadas. Mas para garantir o sucesso da mega-operação, nesta quinta-feira, dia 20 de maio, a partir das 19h30, será lançada no Rio, a campanha oficial para mobilização dos voluntários.

A novidade será anunciada ao público durante o show de encerramento do 3º Fórum Internacional de Comunicação e Sustentabilidade, evento que tem entre os convidados especiais, Rainer Nõlvak, ambientalista estoniano e principal idealizador do movimento Let´s Do It (vamos fazer isto).

A ação já ocorreu na Estônia e em Portugal, onde voluntários locais limparam as ruas em um dia cada. A próxima etapa da campanha está prevista para setembro, em Nova Dhéli, capital da Índia. No Brasil, Nõlvak declarou estar “muito animado e ansioso para conhecer a força de mudança do povo brasileiro”.

Clique aqui para ver o vídeo da ação realizada em 2008 na Estônia. O movimento reuniu 50 mil pessoas e recolheu, em apenas um dia, 10 mil toneladas de lixo descartadas de forma incorreta.

Limpa Brasil – Let´s Do It 

Por ter dimensões continentais e uma realidade cultural diferenciada dos países europeus onde foram realizados os dois primeiros mutirões, a ação no Brasil se transformou em um projeto e foi apelidado de Limpa Brasil – Let´s Do It .“Fizemos questão de adotar o nome internacional do movimento para manter a identificação, mas muitos aspectos terão que ser adaptados para nossa realidade”, explica Marta Rocha, da Atitude Brasil, consultoria que coordena o projeto no Brasil.

Aqui, o projeto tem objetivo de provocar reflexão popular sobre a responsabilidade individual na conservação dos espaços públicos e do meio ambiente, coisa que segundo Rocha, “já acontece com maior naturalidade nos países europeus”.

Aqui ainda é muito comum jogar lixo nas ruas, nos rios e outros lugares públicos, por isso, queremos que esta ação conjunta de limpar o Brasil pelas mãos dos próprios cidadãos provoque uma reflexão e que gere uma mudança de comportamento”, explica.Segundo a Companhia Municipal de Limpeza Urbana da Prefeitura do Rio de Janeiro (Comlurb), a cidade gasta cerca de R$ 250 milhões por ano na coleta de mais de 1,2 milhões de toneladas de lixo recolhidos nas ruas e praias da cidade. A coleta do lixo jogado no chão custa três vezes mais se comparado ao custo do recolhimento em lixeiras. Por outro lado, o descarte incorreto do lixo tem impactos ambientais negativos, pois, entopem esgotos e provocam enchentes, além de poluir rios e mares, prejudicando a desenvolvimento saudável do ecossistema. Vale lembrar que pequenas ações do cotidiano como não jogar lixo em locais impróprios, separar lixo para reciclagem e evitar o consumo excessivo de embalagens podem ajudar na economia de recursos que poderiam ser investidos no melhoramento de serviços públicos de saúde, educação, transporte, lazer, etc. Diferentemente das ações na Europa – onde a limpeza durou apenas um dia cada e a custo zero – no Brasil, a ação carioca, por exemplo, tem um custo estimando em pouco mais de R$ 3 milhões e já conta com apoio de empresas como a Petrobras, a Vale, o Banco do Brasil, além de empresas de comunicação como a Rede Globo, TV Cultura, e o Canal Futura. “O projeto aqui [no Brasil] vai se estender por muito mais tempo. Só no Rio, vamos trabalhar durante uma semana. Existe um desafio de logística e comunicação muito grande e isso requer profissionais qualificados, não dá para contar apenas com voluntários. Mesmo assim, as parcerias têm muito mais peso nessa ação”, afirma Rocha. Começo desafiadorPara se ter uma idéia da dimensão do desafio que os voluntários cariocas vão enfrentar, a cidade do Rio de Janeiro tem hoje, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) pouco mais de seis milhões de habitantes – quase um triplo de toda a Estônia, com 2,2 milhões de pessoas. Por outro lado, a Comlurb retira das ruas 3,1 toneladas de lixo por dia, o equivalente a 95 mil toneladas todo mês. Esperançosa, Rocha espera que a ação no Rio recolha um volume muito maior do que o da Estônia: “considerando o número de voluntários que pretendemos convocar e a própria necessidade de praticar uma ação que realmente faça diferença, nossa expectativa é recolher em uma semana um volume dez vezes maior que o recolhido na Estônia, ou seja, algo em torno de 100 mil toneladas de lixo”.

Segundo a organização, cooperativas que fazem coleta de lixo reciclado são parte importante do projeto e serão beneficiadas diretamente. Mas a grande dificuldade é a destinação do lixo não reciclável. “Temos convicção de que esse é um grande desafio, pois ninguém quer esse material. Mas já iniciamos contatos com a prefeitura e estamos buscando outras parcerias que possam ajudar nesse sentido”, afirma Rocha.“Intercâmbio” em Nova DhéliDepois do lançamento oficial do projeto no Brasil, integrantes da Atitude Brasil seguem para Nova Dhéli, onde farão uma espécie de intercâmbio junto aos organizadores da ação que vai acontecer na cidade em setembro. A idéia é vivenciar o processo de organização – que inclui campanha de mobilização, ações de comunicação e planejamento da estrutura e logística necessárias.

É uma realidade bem mais próxima da nossa. Aliás, lá [na Índia] os problemas com o lixo são bem mais complexos que no Brasil. Com certeza, nossa equipe sairá de lá com boas expectativas”, aposta.

4 de março de 2010

O menino que domou o vento

Com dois livros de física elementar, um monte de lixo e a energia eólica, jovem abastece lâmpadas e celulares em sua vila no interior da África

FORÇA AÉREA: William Kamkwamba mostra a instalação que carrega celulares e acende luzes em Malauí, na África Escondido entre Zâmbia,Tanzânia e Moçambique, o Malauí é um país ruralcom15 milhões de habitantes. A três horas de carro da capital Lilongwe, a vila de Wimbe vê um garoto de 14 anos juntando entulho e madeira perto de casa. Até aí, novidade nenhuma para os moradores. A aparente brincadeira fica séria quando, dois meses depois, o menino ergue uma torre de cinco metros de altura. Roda de bicicleta, peças de trator e canos de plástico se conectam no alto da estrutura e, de repente, o vento gira as pás. Ele conecta um fio, e uma lâmpada é acesa.

O menino acaba de criar eletricidade. O menino e a importância de suas descobertas cresceram. William Kamkwamba, agora com 22 anos, já foi convidado para talk shows, deu palestras no Fórum Econômico Mundial, tem site oficial, uma autobiografia - The Boy Who Harnessed the Wind (O Menino que Domou o Vento, ainda inédito no Brasil) - e um documentário a caminho. O pontapé de tamanho sucesso se deve a uma junção de miséria, dedicação, senso de oportunidade e uma oferta generosa de lixo.

Em termos de geração e consumo de energia elétrica, o Malauí é o 138º país do mundo Uma seca terrível no ano 2000 deixou grande parte da população do Malauí em situação desesperadora. Com as colheitas reduzidas drasticamente, as pessoas começaram a passar fome. "Meus familiares e vizinhos foram forçados a cavar o chão pra achar raízes, cascas de banana ou qualquer outra coisa pra forrar o estômago", diz Kamkwamba. A miséria o impediu de continuar na escola, que exigia a taxa anual de US$ 80. Se seguisse a lógica que vitima muitos rapazes na mesma situação, o destino dele estava definido: "Se você não está na escola, vai virar um fazendeiro. E um fazendeiro não controla a própria vida; ele depende do sol e da chuva, do preço da semente e do fertilizante" , diz Kamkwamba.

Para escapar dessa sentença, começou a frequentar uma biblioteca comunitária a 2 km de sua casa. No meio de três estantes com livros doados pelo Reino Unido, EUA, Zâmbia e Zimbábue, Kamkwamba encontrou obras de ciências. Em particular, duas de física. A primeira explicava como funcionam motores e geradores. "Eu não entendia inglês muito bem, então associava palavras e imagens e aprendi física básica." O outro livro se chamava Usando Energia, tinha moinhos na capa e afirmava que eles podiam bombear água e gerar eletricidade. "Bombear um poço significava irrigar, e meu pai podia ter duas colheitas por ano. Nunca mais passaríamos fome! Então decidi construir um daqueles moinhos." Você está fumando muita maconha. Tá ficando maluco."

Era isso que Kamkwamba ouvia enquanto carregava sucata e canos para seu projeto. "Não consegui encontrar todas as peças para uma bomba d'água, então passei a produzir um moinho que gerasse eletricidade. " Seu primo Geoffrey e seu amigo Gilbert o ajudaram, e após dois meses as pás giravam. O gerador era um dínamo de bicicleta que produzia 12 volts, suficientes para acender uma lâmpada. As pessoas próximas a ele só acreditaram em sua conquista quando ele ligou um rádio, que na hora tocou reggae nacional. "Fiquei muito feliz. Finalmente as pessoas reconheceram que eu não estava louco." "Conseguimos energia para quatro lâmpadas, e as pessoas começaram a vir carregar seus celulares", diz. No Malauí, a companhia telefônica se recusou a fornecer infraestrutura para as vilas, e as empresas de celulares chegaram com torres de transmissão e baratearam os aparelhos. Por isso, hoje há mais de um milhão de aparelhos celulares no país, uma média de oito para cada cem habitantes. "Bombear um poço significava irrigar. meu pai podia ter duas colheitas por ano. Nunca mais passaríamos fome! Então decidi construir um daqueles moinhos." A história chegou aos ouvidos do diretor da ONG que mantinha a biblioteca. Ele trouxe a imprensa, e o menino foi destaque no jornal local. E daí alcançou o diretor do programa TEDGlobal, uma organização que divulga ideias criativas e inovadoras que convidou Kamkwamba para uma conferência na Tanzânia. O jovem aumentou o primeiro moinho para 12 metros de altura e construiu outro que bombeia água para irrigação. "Agora posso ler à noite, e minha família pode irrigar a plantação", diz.

Depois de cinco anos, com ajuda daqueles que descobriram sua história, Kamkwamba voltou à escola. Passou por duas instituições no Malauí, estudou durante as férias no Reino Unido e agora cursa o segundo ano da African Leadership Academy, instituição em Johannesburgo que reúne estudantes de 42 países com o intuito de formar a próxima leva de líderes da África. Apesar de não ter mudado em nada a sua humildade, o sucesso e as oportunidades de estudo tornaram mais ambiciosos os planos de Kamkuamba: "Quero voltar ao Malauí e botar energia barata e renovável nas vilas. E implementar bombas d'água em todas as cidades. Em vez de esperar o governo trazer a eletricidade, vamos construir moinhos de vento e fazê-la nós mesmos".

Escrito por William Kamkwamba em conjunto com o jornalista Bryan Mealer, The Boy Who Harnessed the Wind foi lançado em 29 de setembro nos EUA e ficou entre os dez mais da livraria virtual Amazon Confira a entrevista com William Kamkwamba:http://revistagalileu.globo.com/Revista/Galileu/1,EDG8725008489,00.htmL