31 de dezembro de 2009

2010: O Ano em que faremos contato


Alguém se lembra deste filme? Foi uma sequencia do grande clássico 2001: Uma odisséia no espaço, de Stanley Kubrick. Criado em 1984, o filme traz uma nova chance para confrontar os enigmas surgidos na desafiante e perigosa missão Júpiter no ano de 2001. Os membros da tripulação a bordo da Leonov estão no curso para encontrar com a Discovery, ainda em órbita. O que eles não sabem é que também estão à beira de descobrir as respostas para os mais profundos mistérios da humanidade. O ano é 2010. Tempo para descobrir que não estamos sozinhos.
A ideia de ilustrar a minha mensagem para 2010 com este filme, além da óbvia coincidência do título do filme com o ano que se inicia, é provocar a reflexão. Apesar de não estarmos em guerra fria, como no tempo em que o filme foi criado, estamos lutando com um inimigo que pode ser mais cruel do que a Rússia ou os EUA. Nós mesmos.
Estamos vivendo uma crise de identidade, própria da nossa adolescência no planeta. Vivemos aqui há poucos anos e desrespeitamos os mais velhos, as espécies que aqui vivem há muito mais tempo do que nós. Tratamos de viver o momento, abusar da comida, da bebida, das drogas e de tudo que conseguirmos consumir. Somos inconsequentes, irresponsáveis, inconvenientes. Não sabemos nos comportar. Somos os típicos 'aborrecentes' do planeta.
Mas e aí? O que o filme tem a ver com isso mesmo? Simples. Para mim, a palavra "contato". Que em 2010 seja realmente o ano em que faremos contato. Contato não com extraterrestres,
mas com nós mesmos e com nossos sentimentos mais elevados, para que possamos contruir juntos uma grande comunidade global mais solidária e inclusiva. E mais consciente.
Feliz 2010 para todos e obrigada por este ano de grandes aprendizados, experiências e amizade.
Andy.

22 de dezembro de 2009

Nada de hope em Copenhague: balanço da Cop-15

A 15ª. Conferência das Nações Unidas para as questões do clima, realizada em Copenhague, na Dinamarca, confirmou a expectativa da maioria dos analistas e observadores, que já previam, algumas semanas antes do início do encontro, que um tratado formal, com metas compulsórias de redução de emissões, dentro dos níveis recomendados pelo IPCC, não seria possível na COP-15.

O resultado havia sido insinuado pelo presidente Lula no meio da tarde da sexta-feira, num discurso de improviso em que ele confessou estar “um pouco frustrado” e, em tom de decepção, perguntou se seria preciso que “um anjo ou um sábio descesse do céu para dar aos negociadores a inteligência que estava faltando para chegarem a um acordo”.

Em rápidas pinceladas, o documento fechado pelos principais protagonistas do encontro – leia-se os maiores emissores do planeta, EUA e China, alguns países emergentes, como Brasil, Índia e África do Sul, e as maiores potências da União Europeia – não tem nenhum valor prático no esforço de reverter o aquecimento global.

As metas de redução de emissões, ponto-chave para o combate às mudanças climáticas, ficaram em aberto. Genericamente, acertou-se que a meta global até 2050 é de redução de 50% das emissões em relação a 1990. De resto, a partir de 2012, quando vencem as exigências do Protocolo de Kyoto, os países industrializados estarão teoricamente sem obrigações a cumprir, embora tenham concordado em assumir uma meta de redução de 80% de suas emissões até 2050.

Os emergentes, que já não precisam se preocupar com suas emissões, continuarão sem metas de mitigação. Para não deixar em branco o seu papel, os países em desenvolvimento concordaram em continuar seus esforços voluntários e, para atender uma parte das exigências dos países ricos, vão “listar suas ações e compromissos nacionais e os mecanismos de financiamento que utilizam, tentando manter a margem de mitigação necessária para que o aquecimento global não passe dos 2º C. Além disso, devem oferecer condições para consultas e análises internacionais, sob regras claras e definidas”.

O acordo é evasivo até em relação ao futuro das negociações. Sugere, em termos simples, que um tratado vinculante pode ser alcançado “tão logo quanto possível”, antes da próxima conferência, no México, em novembro de 2010. Mas não estabelece nenhuma data-limite específica, embora declare que o acordo pode ser revisto e readequado em 2015.

Enfim, o resultado final da Conferência de Copenhague não pode ser considerado um avanço, mas um arranjo formulado de última hora, na tentativa de não bloquear futuras negociações. Tanto que não agradou a ninguém, nem mesmo aos Estados Unidos, que foram um dos principais responsáveis pela paralisação que tomou conta do encontro nos dois últimos dias.

As informações veiculadas pela imprensa internacional deixam transparecer que no final da tarde de sexta-feira, o último dia da COP-15, havia apenas o esforço desesperado das principais nações negociadoras de conseguir um documento final capaz de dar uma satisfação à sociedade e que evitasse deixá-las em más condições diante da opinião pública, entre elas França, Inglaterra, Alemanha, Brasil, China, Índia, África do Sul e, como elemento-surpresa, os Estados Unidos.

De acordo com o New York Times, esse documento só chegou a um consenso depois que o presidente norte-americano entrou, sem ser convidado, em uma sala onde se reuniam, com seus assessores, os líderes dos chamados Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China). Sob os protestos dos negociadores chineses, Obama disse, na hora, que não queria que eles negociassem em segredo.

Entretanto, citando como fonte um membro de alto escalão da equipe de Obama, o NYT diz que a invasão do presidente dos EUA “levou a novas conversas, que cimentaram os temos-chave do acordo”. Ainda segundo o site do jornal, o embaixador brasileiro Sergio Serra, um dos negociadores, “confirmou que Obama teria realmente se juntado ao grupo e que, depois disso, muitas decisões foram tomadas; mas não disse que ele não havia sido convidado”.

Do ponto de vista diplomático, e até estratégico, o acordo pode ser considerado positivo, na medida em que definiu algumas linhas de consenso sobre as quais as negociações podem continuar. Mas, na prática, a maioria dos países considerou os resultados insatisfatórios, já que não contribuem em nada com o objetivo maior da conferência, que era o de definir medicas eficazes para evitar que o aquecimento global exceda aos 2º C até 2100.

O próprio membro da administração Obama ouvido pelo NYT admitiu que o acordo “não é suficiente para combater as conseqüências das mudanças climáticas”, embora acredite que tenha sido “um importante primeiro passo”. Entre os países emergentes, o descontentamento foi explícito. Para Sérgio Serra, trata-se de “uma declaração política em forma de uma decisão da COP-15. Certamente é um resultado decepcionante".

A grande decepção, no entanto, foi da União Européia, que ficou insatisfeita principalmente com o não engajamento dos EUA, da China e de outros grandes emissores nos esforços de mitigação. Os europeus temem que suas indústrias fiquem em desvantagem competitiva, uma vez que esses países já estão se submetendo a um programa de redução de emissões.

A delegação chinesa, que desde o início assumiu uma posição conservadora, apresentando metas de mitigação insignificantes e nenhuma intenção de entrar no jogo de forma transparente, foi provavelmente a que saiu do encontro mais satisfeita, embora seja o maior emissor do planeta. Para o principal negociador da China, Xie Zhenhua, a COP-15 teve um resultado positivo e "todos deveriam estar felizes".

Por Celso Dobes Bacarji, da Envolverde - Fonte: Ethos

Tweets conscientes: Arrecadação via Twitter obtém 78 mil obras infantis

Heber Dias de Sousa, Laura Furquim Xavier e José Luiz Goldfarb nunca se encontraram pessoalmente. Mas, juntos, viraram uma espécie de Papai Noel de crianças que têm pouco acesso a livros.

Em outubro, eles criaram uma campanha pelo site Twitter, em que pediam aos seus leitores que, neste Natal, doassem exemplares para comunidades pobres.

O que começou com apenas 140 caracteres (espaço permitido para cada mensagem) foi parar em uma das maiores livrarias do país. A livraria Cultura colocou em todos os livros vendidos em São Paulo, Campinas e Porto Alegre um cartão-postal, pedindo que os compradores participassem da campanha.

A ideia começou com Heber, que, de forma despretensiosa, sugeriu em seu Twitter o presente a seus leitores. Laura, professora de Química em Minas Gerais, leu e gostou da ideia. Procurou, então, o apoio do Ministério da Educação e do Conselho de Secretários Estaduais de Educação. Ga­­nhou pontos de doação em todos os estados.

Goldfarb, curador há 19 anos do Prêmio Jabuti e professor da PUC-SP, seguiu na mesma direção. Com experiência em campanhas de arrecadação de livros, foi atrás de empresas que quisessem participar da iniciativa.

Desde que deixou o mundo virtual, a campanha "Doe um livro no Natal"" já arrecadou 78 mil livros de literatura - didáticos não são aceitos.

A meta do grupo é chegar aos 100 mil livros até o dia 23. Depois, a campanha continuará apenas nas unidades da Droga Raia, até 20 de janeiro.

Os livros recebidos serão entregues a bibliotecas públicas, dentro e fora das escolas. Os organizadores esperam presentear entre 300 e 500 salas de leitura, que podem atingir até 500 mil jovens. "Queremos encher as bibliotecas de literatura para que os jovens adquiram o hábito da leitura por prazer"", diz Goldfarb.

Fonte: Gazeta do Povo - PR 21/12

4 de dezembro de 2009

O Ser Consciente gosta de gatos


Voluntários realizam primeira feira de adoção de gatos na UFES

O grupo Gatinhos da UFES, formado por voluntários que tratam dos gatos que vivem no campus da Universidade Federal do Espírito Santo, realiza a primeira feira de adoção no próximo domingo (6), das 8h às 17h, em frente ao Cine Metrópolis.

Os interessados em adotar um animal devem levar Carteira de Identidade, comprovante de residência e, se possível, uma caixinha para transporte. Será exigida a assinatura do termo de responsabilidade e haverá orientação sobre a posse responsável. Também será feito um bazar com produtos doados a fim de se arrecadar recursos para os gatinhos que vivem no campus, já que o gasto somente com a alimentação é de cerca de 450 kg de ração por mês.

As despesas incluem ainda medicação, consultas e cirurgias para os mais de 100 animais que moram no local e mais 50 que vivem nas casas dos integrantes do grupo.
Mais informações no Blog http://adotegatinhosdaufes.blogspot.com

Fonte:
Gazeta Online

2 de dezembro de 2009

Acender uma vela pela esperança de um acordo pra valer

Esta semana Barack Obama e os líderes de outros países grandes anunciaram que não iriam alcançar nenhum tipo de acordo legalmente vinculante em Copenhague - declarando que precisavam de mais tempo, apesar dos cinco anos de preparação que já tiveram.

Isto é muito triste e muito perigoso - o planeta já está ficando sem "anos seguintes". Porém isto dá a todos nós mais tempo para organizar um movimento para fazer com que eles respeitem a ciência.

Por isso está na hora de dar grandes passos. O mundo precisa mais uma vez da sua ajuda.

Está sendo organizada uma mobilização global para o fim de semana do meio da conferência de Copenhague - 11-13 de Dezembro. Nossa mensagem coletiva? "O Mundo Quer um Acordo Pra Valer" - gente de todo o mundo está exigindo um acordo global de clima vinculativo, orientado pelos mais recentes dados científicos e construído com base em princípios de justiça e equidade.

Haverá grandes manifestações no sábado dia 12 em muitas cidades, e no domingo dia 13, comunidades de fé de todo o mundo irão fazer tocar sinos das igrejas, tocar tambores, soprar trombetas - tudo isso 350 vezes.

E aquilo que mais esperamos é que você ajude a organizar uma vigília à luz das velas em algum lugar emblemático ou estratégico perto de você, na sexta ou sábado à noite, dia 11 ou 12. Por todo o mundo, as pessoas vão se reunir para acender velas ou lanternas, em solene solidariedade com os cidadãos daquelas nações que irão ser os primeiros a enfrentar desafios à sua própria sobrevivência.

Clique aqui para ver os detalhes sobre organização de uma vigília local ou para registrar uma em sua comunidade: www.350.org/pt/vigil

A seu tempo, todos acabaremos sendo confrontados com a subida do nível das águas do mar, o aumento das secas, e com temperaturas demasiado altas para poder cultivar alimentos. Mas neste momento - este ano, esta década - há países sendo confrontados de uma forma extrema com estas dificuldades. Eles estão na linha da frente de uma luta por verdadeira mudança em Copenhague, e precisam de sua ajuda para amplificar suas vozes.

Como disse o Presidente Mohammed Nasheed das Maldivas, na semana passada, numa cimeira das nações mais vulneráveis:

"Não assinaremos um pacto suicida, nem em Copenhague nem em lugar nenhum."

Ao contrário, ele e as outras nações apelaram a um "pacto de sobrevivência", com compromissos para que o mundo desenvolvido diminua as suas emissões o suficiente garantindo que a concentração atmosférica de CO2 regresse aos 350. Eles conhecem esta simples verdade matemática sobre o aquecimento global: 350=Sobrevivência.

Algumas das vigílias à luz de velas serão feitas em lugares emblemáticos em comunidades do mundo todo. Outras terão lugar em frente de embaixadas e consulados estadunidenses, e em representações do senado por todos os Estados Unidos. Isto acontece em parte porque os EUA são, historicamente, os maiores responsáveis pelas emissões de carbono na atmosfera. Mas também porque os Estados Unidos poderiam, se quisessem, conduzir-nos na direção de uma política global de clima sã. A eleição de Barack Obama acabou com o veto automático dos EUA - mas os EUA ainda estão propondo ações insuficientes, muito abaixo do que os cientistas dizem ser necessário. E Obama ainda não esteve à altura da liderança que esta crise exige.

De uma forma muito real, a sobrevivência a curto prazo de muitas nações, e a saúde a longo prazo de todo o planeta, estão nas mãos de Obama e do Senado dos Estados Unidos. As suas posições, juntamente com o nível de liderança que é veiculado pela União Europeia, China, e algumas outras nações, podem tornar possível ou impossível a criação de um tratado global de clima. As decisões tomadas por este pequeno grupo de pessoas irá, em grande medida, determinar se o mundo consegue ou não um verdadeiro acordo - não um acordo qualquer, mas um que seja suficientemente forte para pôr o planeta de volta num caminho que conduza aos 350. A sua coragem - ou falta dela - irá ajudar a determinar o futuro do planeta por tempos geológicos.

Estas velas que todos acendemos são de esperança.

Em frente,

Bill McKibben por toda a equipe da 350.org

16 de novembro de 2009

Impressão Verde: evitando o desperdício


GreenPrint World economiza papel e árvoresMe deparei com um software muito interessante que, além de fazer economizar nas impressões e abraçar a causa “verde”, é muito útil.

O programa orienta o usuário a gastar menos papel na hora da impressão. Uma situação comum é sair aquela última página apenas com uma ou duas linhas e acabar indo pro lixo. Ou então, pior: ao imprimir no Excel, por exemplo, saem várias páginas com pedaços da sua planilha e nada se aproveita, seja porque esquecemos de ajustar a área de impressão ou de dar uma pré-visualizada pra ver como ia sair. Em resumo, desperdício atrás de desperdício!

E não só de papel, de tempo, também. Agora imagine esses casos multiplicados diversas vezes por dia e em todo o mundo. Quando começamos a fazer as contas: tantas pessoas em casa mais tantas empresas com tantos funcionários… parecem assustadores os números de papéis jogados fora por inobservância de detalhes de configuração.

Então, para tentar dar um basta ou, ao menos, reduzir significativamente essa condição agressiva à natureza, o fabricante GreenPrint Technologies criou um software capaz de identificar essas situações desastrosas e corrigi-las. Com o GreenPrint World esses casos corriqueiros tendem a ser coisa do passado. E a natureza agradece.

Como funciona?

O programa se instala como uma espécie de impressora virtual, bem semelhante àqueles programas que geram PDF. Na hora que você mandar imprimir pela impressora criada pelo GreenPrint World, se ele notar que uma página vai ficar com pouquíssimas linhas, faz o alerta: mostra em vermelho quantas e quais páginas são potenciais desperdícios. Porém, deixa a seu critério imprimir tudo ou descartar o apontado como desnecessário, apesar de -por padrão- considerar a impressão sem perdas. Outra opção é imprimir para um arquivo PDF ou enviar o PDF por e-mail. Dessa forma, economiza-se -mesmo- 100% de papel.

E ainda, se você desejar participar do envio, anônimo, das suas estatísticas de impressão, elas vão alimentar o contador de emissão evitada de CO2 e de páginas e árvores economizadas globalmente por todos aqueles que já baixaram e estão fazendo uso do utilitário. Até o momento da publicação deste post, evitou-se o desperdício de aproximadamente 5,7 milhões de páginas; 1,9 mil toneladas de CO2 e 686 árvores foram poupadas da ceifa.

Fica aí a dica para reduzir os gastos e proteger o meio ambiente ao mesmo tempo! Lembrando que a versão World do software é gratuita: baixe agora.

Postado por Gabriel dos Anjos

7 de novembro de 2009

Mother Nature cries


This July 16 photo, made available Sept. 2, 2009, shows a "crying face" in an ice cap located on Nordaustlandet, in the Svalbard archipelago of Norway. The "tears" in the natural sculpture were created by a waterfall of glacial water cascading from one of the face's "eyes" and painted an alarming picture warning the world about the effects of global warming. Marine photographer and environmental lecturer Michael Nolan captured this picture while on an annual voyage to observe the glacier and surrounding wildlife. "This is how one would imagine mother nature would express her sentiments about our inability to reduce global warming. It seemed an obvious place for her to appear, on the front of a retreating ice shelf, crying," Nolan told the U.K.'s Telegraph.
(BARM/Fame Pictures)

Fonte: ABC

4 de novembro de 2009

A New Economic Paradigm for a Sustainable Society

Imagine a society without ownership. Imagine how efficient that society could be. Imagine a system in which reuse and recycling were the norm. These are the ideas behind product-service systems and the functional-service economy.

A product-service system is a simple concept. It basically refers to the rental system models we have today (car rentals, tool rentals, etc.); meaning that a customer pays for the use or function of an item, rather than buying the item, itself. However, taken a step further, as a man named Walter Stahel has done, it becomes a full-fledged economy based on service and function of products rather than ownership. He has dubbed it the “functional-service economy”.

What are the benefits of a functional-service economy?

The current system in the Western developed nations of the world can be described as a “throw-away system” wherein the great majority of the things we purchase everyday (including the packaging) is simply thrown away within a very short time span (6 months to a year). This, of course, points to a huge flaw in our production-consumption system; the fact that it’s a linear, through-put system. On one end, we are extracting natural resources, on the other we are simply dumping the resulting waste into landfills or burning it. (Not to mention all of the pollution and waste created throughout the production, processing, transportation and use phases of the products). Looking at the entire “life” of the products we use is called a life-cycle perspective and it is a very necessary way of looking at our system if we want to improve it and find pathways to sustainability. When Walter Stahel looked at the status quo with a life-cycle perspective, he saw just how linear it was and he also saw the places where there are opportunities to create loops. For instance, reusing packaging materials. After a customer used the product s/he’s rented, they bring the product back in the same packaging. No waste. The product is reused and maintained and loaned out to other customers. When a product no longer functions, the parts are reused in other products. The economy functions based on payment for services. It uses the 3 Rs in the right order.

There are obviously many barriers to implementing such an economic model. For instance, there are some strong emotional and psychological ties in modern cultures to ownership. It has become ingrained in our personal sense of identity in many cases. In fact, entire associations are formed around the common experience of owning a particular thing (eg- a certain make of car). There is also not any existing infrastructure to support the functional-service economy in most places. And there are numerous other challenges to realizing this idea. However, it is obvious that we are in great need of a paradigm shift and any such shift will doubtlessly entail great obstacles. It’s just a matter of setting course and finding ways of steering around them.

In a world with a growing population and dwindling resources, we cannot afford to waste, especially not at the current pace. We need innovative solutions and we need to put them into practice. My hat off to Walter Stahel, for developing such a brilliant idea! And now it’s up to us, as consumers, as citizens and as educated professionals, to make the changes happen in reality.

For more information, see:
http://www.unep.fr/scp/design/pss.htm
http://www.indigodev.com/Stahel.html
http://www.lumes.lu.se/database/alumni/06.08/thesis/Jennifer_Hinton.pdf

Fonte: SustainabilityForum

20 de outubro de 2009

October 21 is Love Your Body Day

Tomorrow, Oct. 21, is Love Your Body Day, sponsored by the National Organization for Women (NOW) Foundation. On this day, NOW wants us all to fight back against images in the media that make us feel bad about our bodies. Instead, we should demand images of real people, of all shapes, colors and ages. And to celebrate our bodies, NOW suggests activities like indulgence parties (a night to wear sweats and eat decadent food without guilt), staging “real women” beauty pageants and watching movies with strong female characters.

Now, I love to watch “Sisterhood of the Traveling Pants” as much as the next person, but I wish some of NOW’s tips were a bit more practical for actually improving body image. For example, this page suggests canceling magazine subscriptions as soon as offensive ads are run and boycotting shoe manufacturers that dare to make high heels that ruin our feet. For most people, these tips aren’t realistic. While we should speak out against those images that really do offend us, and opt out of things that don’t make us comfortable, like high heels or make-up, most women want a happy medium, in which they feel good about their body while wearing cute, if slightly impractical, shoes. I mean, the models on “Project Runway” are very skinny, but I’m certainly not going to stop watching the show.

So in honor of Love Your Body Day, I found some tips for how to improve body image on a personal level (no boycotting of shoe manufacturers required). A few of them may sound like simple clichés, but sometimes the easiest way is best.

  • Treat your body to something nice — new, flattering clothes, a bubble bath, an impromptu dance session, chocolate are but a few ideas.
  • Be realistic. There is no “one” standard body size to aspire to, no matter how many times you see a certain body style in a magazine. Remember that if someone’s in a magazine, they’ve probably had tons of help from stylists, trainers and personal chefs. Their appearance is their job. To me, that does not sound like a fun job.
  • Consider the things that get you down. Like I said, I’m not going to quit watching “Project Runway” just because of skinny models (catty drama is much more important), but it’s good to be aware of the things that make you feel bad about your body, be it magazines, television shows or your daily weigh-in. Then, you can consider whether these things are worth keeping in your life.
  • Keep a list of things you love about yourself that have nothing to do with your appearance. Add to it all the time.
  • Work on your appearance from the inside-out — you’ll likely have more things to add to that list I just mentioned if you’re constantly challenging yourself. Not with new diets, but with new hobbies, new responsibilities at work or new friends. An interesting and interested person is a happy, beautiful person, no matter what the scale says.
  • Appreciate all the things that your body can do, no matter how basic. If you’re self-conscious about a scar that you got from playing soccer in the fifth grade, be grateful you had the ability to play soccer in the first place.
  • Surround yourself with positive people. Almost everyone complains at some point about how their thighs are looking a little big or that a six-pack is turning into a keg, but if there’s a person in your life who’s constantly judging him or herself, then you’ll be more likely to judge yourself.
  • Consider your health, not a number on a scale. There are times when people really do need to go on diets and exercise for health reasons, but as long as you’re eating healthfully and exercising regularly, there’s no need to define your life by the numbers, be it a number on a scale or a size in a dress.

What do you guys think? How do you maintain a good body image in this crazy world of ours?

From: HowStuffWorks

Vegetable soup for everybody!

Fonte:Sustainabilityforum.com

Serious problems sometimes require innovative solutions. More and more, western food consumption habits are becoming a serious environmental problem. I was keen to hear some of the (not always serious) solutions offered at a workshop run by the Sustainable Consumption Institute (Manchester University). What can we do to make sure people eat healthier and less meat (the latter being a huge problem in terms of gas emission and devouring much of our water and land resources)?

Sustainable food = use of less finite resources in food production, emit less greenhouse gases (environmental), treat those in food chain better (social), make money for further investment (economic).

The workshop started with a breathtaking presentation on sustainable food policy by Professor Tim Lang. Apart from being the world's only professor of food policy (City University), I learned, Tim Lang is also the Natural Resources and Land Use Commissioner within the UK Government's Sustainable Development Commission. He fears that many governments and businesses believe that sustainability means merely to reduce carbon emissions. This is complete rubbish, as Tim pointed out. Sustainability is about much more. It is the conviction that only when ecological, social and economic principles work hand in hand, lasting success will be achieved. He also outlined how slow public institutions are in analyzing the effect of meat consumption or any other food policy issue in the UK. Sometimes it would take years for think tanks or government to come up with the right methodology for their research. Even the European Commission would generally keep very silent about ecological food policy. So, who is in charge – government, companies or consumers? "I will if you will". We are trapped. What can we do?

Eat less meat.


Following up on Tim Lang, Dr Unni Kjaernes from the National Institute for Consumer Research in Oslo, Norway, raised the so important question: "Should we eat meat in the future?" Neo-liberals would probably say yes and advocate for technocratic fixes to the meat production system. After all, animals could be bread that fart less (no joke, that is a big issue as those gases go right into the atmosphere). However, Unni fears that modernization (new farming methods, new "production" technology etc.) would only augment demand for meat and hardly reduce it (rebound effect). On the other side, the state could step in and control meat production through regulations, quota, taxes etc. That might help to reduce meat consumption (or make the black market expand...). Just, who would vote for a party, which advocates for unpopular tax and meat restriction? Unni finished her presentation saying that there is no obvious solution to the problem of excessive meat consumption (and its consequences to the environment), although some promising development is taking place in terms of consumer awareness and strategic consumption.

After a short coffee break that I used to digest some of the theory confronted with, Professor Jukka Gronow (Uppsala University), Dr Johanna Mäkelä (National Consumer Research Centre, Finland), Professor Elizabeth Shove (Lancaster University), Dr Dale Southerton (Manchester Uni) and Professor Alan Warde (Manchester Uni) went on to present some innovative ideas for reducing meat consumption on a practical level. Proposals went from subsidizing Italian restaurants in the UK (Mediterranean cuisine is healthy!) to abolishing the main plate (as it is usually meat) and fostering urban gardening + community eating-places. The winning idea came from Dale, who suggested only refunding people's lunch expenses (particularly in the public sector), if they went to a green-labelled restaurant or shop! To his horror, Dale then learned from Tim that such initiatives were already under way.

Conclusion: Excessive meat consumption does not only harm your personal health but society as a whole. There is no easy solution in sight to change people's behaviour (political parties will not) but increasing awareness is there. Strategic consumption, consumer choice. And: Don't forget to ask your favourite Italian restaurant for an extra bowl of soup next time you're there!

Sustainable Consumption Institute: http://www.sci.manchester.ac.uk


14 de outubro de 2009

15 de outubro - Um dia sem sacolas plásticas

O Ministério do Meio Ambiente anunciou que amanhã, 15 de outubro será o Dia do Consumo Consciente. Para mobilizar as pessoas sobre a questão o Governo lançou a campanha "Um da sem sacolas plásticas".

No Brasil, cerca de 1,5 milhão de sacolas são utilizadas por hora no Brasil. Ou seja, 36 milhões por dia. Essas sacolas causam são extremamente prejudiciais para o meio ambiente:

  • Causam problemas para animais aquáticos, que as confundem com comida e as ingerem, ou ficam presos dentro delas;
  • Voam para as ruas e entopem bueiros e canos, contribuindo com enchentes;
  • São feitas a partir do petróleo, recurso natural finito, que poderia ser usado na fabricação de itens realmente necessários;
  • São utilizadas para guardar lixo, e demoram cerca de 100 anos para se decompor, trazendo problemas para os lençóis freáticos.

Estão amanhã, nada de usar sacolas plásticas. Coloque sua sacola retornável na bolsa ou mochila amanhã. Vamos evitar que o nosso planeta "vá pro saco".

Saco é um Saco! Dia do Consumo Consciente: 15 de Outubro

7 de outubro de 2009

Sites que estimulam nossa consciência


O Google lançou um novo site de busca na internet, chamado eco4planet, com a mesma tecnologia e qualidade de busca, mas muito mais sustentável.

As novidades:
  • A cada 50.000 consultas uma árvore será plantada, e fica disponível no portal o número de mudas atingido.
  • O fundo preto da tela, que a princípio gera estranhamento, gera uma economiza 20% da energia do monitor, além de ajudar a descansar os olhos.
Considerando que o Google realiza por dia mais de 2,55 bilhões de buscas com tempo médio suposto em 10 segundos por pesquisa e a proporção de monitores por tecnologia utilizada, um buscador de fundo preto geraria uma economia anual de mais de 7 Milhões de Kilowatts-hora! Esse valor equivale à:
  • Mais de 63 milhões de televisores em cores desligados por 1 hora;
  • Mais de 77 milhões de geladeiras desligadas por 1 hora;
  • Mais de 175 milhões de lâmpadas desligadas por 1 hora;
  • Mais de 58 milhões de computadores desligados por 1 hora.
A iniciativa é nova, a contagem das árvores começou em agosto de 2009.

http://www.eco4planet.com/pt/

Generosidade: o quarto elemento do triple bottom line

Por Rogério Ruschel

Já não restam dúvidas científicas de que o desenvolvimento sustentável é o único modelo capaz de evitar a degradação em velocidade geométrica das condições de vida e a inevitável extinção de várias espécies da flora e da fauna do planeta, entre as quais a do Homo Sapiens, isto é: eu, você e nossos descendentes. Desconfie daqueles que se ocultam atrás de frases como “a ciência mesmo tem dúvidas sobre…” eles procuram apenas um escudo para esconder sua inércia, preguiça ou covardia.

Sabemos que para buscar a sustentabilidade, uma pessoa ou uma organização deve adotar como padrão de comportamento ou gestão a atuação ambientalmente correta, socialmente justa e economicamente viável - o triple bottom line, conceito formulado pelo britânico John Elkington. Sabemos também que a busca pela sustentabilidade é uma caminhada que deve ser trilhada com início urgente e imediato.

Então o que faz uma pessoa, um cidadão, mobilizar-se pelo assunto ou uma empresa adotar a sustentabilidade no universo corporativo? Não sou um grande pensador, mas entendo que fundamentalmente a diferença está numa qualidade humana chamada Generosidade – e que a Generosidade é o quarto elemento do triple bottom line.

Generosidade é a qualidade do que é generoso, pródigo, do que perdoa facilmente, nobre, leal; a virtude de quem acrescenta algo ao próximo. Generosas são as pessoas que se sentem bem em dividir algo com outras pessoas porque isso as fará bem (em um contexto egocêntrico), tanto quanto àquelas pessoas que dividem bens tangíveis ou intangíveis com outros, sem a necessidade de receber algo em troca. É o contrário da Ganância. E isto se aplica quase que literalmente para organizações, porque por trás delas sempre estão gestores humanos.

No livro “Princípios de Filosofia” René Descartes apresenta a generosidade como “uma despertadora do real valor do Eu” e ao mesmo tempo uma mediadora para que “a vontade se disponha a aceitar o concurso do entendimento”. É filosófico, sim, mas é simples: a generosidade é uma qualidade de quem coloca os interesses de terceiros no mesmo plano dos seus interesses pessoais, para resolver um problema ou dilema que atinge a todos, que busca o entendimento. Não é exatamente disto que uma sociedade sustentável necessita?

No campo do Direito isto se chama “interesses difusos” – e como sabemos os interesses difusos - aqueles de interesse do conjunto da sociedade - são constitucionalmente inalienáveis. Trocando em miúdos, a Generosidade deveria ser um dos fundamentos da sociedade brasileira, explícito até mesmo pela Constituição. E a Ganância, o oposto da Generosidade, deveria ser execrada porque ofende direitos constitucionais coletivos.

No mundo corporativo a Generosidade pode ser traduzida como uma forma de altruísmo – e esta é a razão porque poucas empresas realmente adotam a sustentabilidade no processo de gestão: altruísmo não combina com capitalismo selvagem, com a famosa “lei de Gerson”, aquela de que se deve levar vantagem em tudo. No mundo corporativo Generosidade significa uma empresa ser menos gananciosa, tomar a decisão de reduzir sua margem de lucro ou aumentar em alguns meses o prazo de retorno de um investimento para ser ambientalmente correta e socialmente justa – sem deixar de ser economicamente viável.

Significa ter coragem para contrariar práticas de gestão, regras de mercado, de design de produtos e de formas de concorrência estabelecidas por força de um modelo de crescimento a qualquer custo que já se demonstrou completamente inviável do ponto de vista dos recursos naturais e da felicidade humana.

A Generosidade é o que diferencia uma empresa que adota critérios de Sustentabilidade em seu modelo de gestão daquela outra que diz adotar tal prática, mas desliza na superficialidade praticando o greenwashing.

Generosidade corporativa significa também compartilhar gratuitamente seu aprendizado, seu conhecimento, suas patentes, sua força e seus recursos em nome dos interesses que ultrapassam os limites da empresa. O jornalista Dal Marcondes, da Envolverde, costuma dizer que filantropia é dar um peixe a quem tem fome, responsabilidade social é ensinar a pescar, e sustentabilidade é preservar o rio. Pois no contexto da Generosidade corporativa este compartilhamento é estar na nascente do rio e compreender a importância de seu fluxo e entorno desde a foz. É perceber o que de fato importa para a perpetuação dos peixes.

Generosidade corporativa é perceber o problema das emissões de gases do efeito estufa como um assunto de interesse coletivo – e ir além de simples metas de redução.

Generosidade corporativa é compreender que não basta fazer o seu papel, é preciso mobilizar seus parceiros de negócios – e para isso se faz necessário ceder em aspectos antes inegociáveis.

Mas a Generosidade corporativa também oferece vantagens e oportunidades de negócios. Alguns exemplos, já clássicos:

  • A Danone francesa se associou às cooperativas de trabalhadores e ao Grameen Bank para implantar em Bangladesh 50 fábricas de iogurte de baixo custo. Com isso está atendendo crianças subnutridas com redução de custos fixos na implantação de fábricas e custos de produção, porque os funcionários são sócios e consumidores. Marketing? Sim, e inteligente, porque o modelo só funciona se houver redução da margem de lucro – uma opção generosa para conquistar mercado
  • No começo de 2000 a Sadia investiu na construção de dezenas de biodigestores nas propriedades de pequenos produtores de suínos. E porque ela fez isto se não está no ramo de produção de energia? Porque esta iniciativa evitou dezenas (talvez centenas) de multas pela contaminação do solo com os resíduos da criação, reduziu os custos dos produtores que passaram a gerar sua própria energia elétrica, agregou valor à atividade para fixar os filhos dos produtores no campo, perpetuando o fornecimento de matéria prima, e ainda gerou créditos de carbono! Puro negócio? Sim, mas a generosidade está em investir “dinheiro bom” em uma idéia coletiva, com prazo longo de recuperação
  • Evoluindo aos poucos durante os anos 90, a Interfaceflor, empresa norte-americana fabricante de tapetes, já está fabricando produtos com 100% de fibras recicladas a partir dos tapetes velhos de seus clientes. Ao fazer isto percebeu uma ótima oportunidade. Como tapete é artigo de decoração e sai de moda, a empresa mudou o modelo de negócio: está propondo que seus clientes não comprem seus tapetes – e como num processo de “leasing” de automóveis, as famílias podem ficar com o produto ou trocar por outro, ao fim do pagamento. Coragem para mudar exige generosidade

Na linha do tempo da história a Generosidade é um dos traços da personalidade de pessoas que trouxeram benefícios universais para a Humanidade como: Mahatma Ghandi, Buda, Jesus Cristo, Nelson Mandella, Martin Luther King, Wangari Maathai, Muhammad Yunus, Madre Teresa de Calcutá e outros, mas também aparece em pequenos gestos de pessoas comuns em nosso dia-a-dia, e que merecem ser elogiados e replicados.

Se lhe parece complicado entender a importância da Generosidade como parte da essência da Sustentabilidade, basta pensar no seu oposto, a Ganância. Com certeza você vai concordar comigo que a Generosidade realmente é o quarto elemento do triple bottom line.



(Rogerio Ruschel é diretor da Ruschel & Associados Marketing Ecológico e editor da revista eletrônica “Business do Bem – Economia, Negócios e Sustentabilidade”)

5 de outubro de 2009

Filmes que despertam a consciência II

Continuação da lista de filmes sobre sustentabilidade

A História das Coisas (The Story of Stuff )
Direção: Annie Leonard (2007)
Disponível no site http://www.storyofstuff.com e também no YouTube com legendas em português, o documentário de linguagem simples e direta mostra o ciclo de vida dos produtos que consumimos, desde de sua matéria-prima até o descarte final.


O Homem que Virou Suco
Direção: João Batista de Andrade (1981)
Um poeta recém-chegado do Nordeste a São Paulo é confundido com o operário de uma multinacional que mata o patrão. Em meio a perseguição que o personagem sofre injustamente, o filme aborda a relação do homem simples diante de uma sociedade opressora e diferente de sua terra natal, que acaba aos pouco com as suas raízes do homem comum.

Hotel Ruanda (Hotel Rwanda)
Direção: Terry George (2004)
Baseado em um personagem do livro “Gostaríamos de informá-lo de que amanhã seremos mortos com nossas famílias”, de Philip Gourevitch, Hotel Ruanda mostra a luta pela sobrevivência em meio a intolerância gerada pelo conflito étnico de gerações que assola a região africana. Paul Rusesabagina era gerente de um sofisticado hotel na capital de Ruanda, em 1994, e tentou proteger mais de 1200 adultos e crianças do genocídio no local.

O Jardineiro Fiel (The Constant Gardener)
Direção: Fernando Meirelles (2005)
Justin Quayle, diplomata por profissão e jardineiro por hobby, tem sua rotina alterada quando sua esposa é brutalmente assassinada. Com o intuito de descobrir o que aconteceu à mulher, acaba sabendo que o crime foi uma queima de arquivo comandada pela indústria farmacêutica que usa africanos como cobaias para testes.

Ladrões de bicicletas (Ladri di biciclette)
Direção: Vittorio De Sica (1948)
Em meio às ruínas da II Guerra Mundial, o neo-realismo no cinema italiano surge com situações do dia a dia, personagens comuns e filmagens nas ruas. Em “Ladrões de bicicletas”, Ricci é um desempregado, cuja bicicleta é roubada no primeiro dia de trabalho. Sem ela, sabe que perderá o emprego e a partir daí, o roubo surge como opção para um homem honesto.

Metropolis
Direção: Fritz Lang (1927)
O clássico de Fritz Lang, um dos ícones do expressionismo no cinema, se passa no século 21, numa grande cidade governada por um poderoso empresário. Os seus “amigos” constituem a classe privilegiada, enquanto os trabalhadores são escravizados pelas máquinas, condenados a viver e trabalhar no subsolo. Nesse contexto, a jovem Maria se destaca, incentivando os trabalhadores a se organizarem para reivindicar seus direitos.
Momento Inesquecível (Local Hero)
Direção: Bill Forsyth (1983)
O filme retrata o conflito entre uma empresa texana de petróleo e pescadores na Escócia, cujas terras da comunidade simples são requisitadas para a implantação de uma refinaria.

Natureza Morta (Still Life)
Direção: Jia Zhang Ke (2006)
Tendo como pano de fundo a polêmica construção da barragem das Três Gargantas, Natureza Morta exibe duas histórias de amor e ruptura. A cidade de Fengjie já está submersa, mas o seu novo bairro ainda não foi terminado quando Han Saming, um mineiro, viaja para lá buscando encontrar a ex-mulher que não vê há 16 anos. Enquanto isso, Shen Hong, uma enfermeira, está à procura do marido que não vê há dois.

Norma Rae
Direção: Martin Ritt (1979)
A luta de uma operária por melhores condições trabalhistas numa empresa do setor têxtil, em uma pequena cidade americana, é o pano de fundo para o drama baseado em história real.

Obrigado por Fumar (Thank You for Smoking)
Direção: Jason Reitman (2006)
Um lobbista da indústria de cigarros tem seu jogo de cintura colocado a prova em uma luta para “proteger” o direito de fumar. Ao mesmo tempo, deseja ser um bom exemplo para o filho. O filme trata de forma irônica a disputa entre governo e a indústria do fumo americana.

O que você faria?
Direção: João Jardim (2006)
No mesmo dia de uma reunião do G-8, executivos disputam uma vaga numa empresa em Madri (Espanha). Mesmo com as ruas da capital espanhola ocupadas por violentas manifestações contra a cúpula, os candidatos participam da seleção, que inclui uma estranha prova, cujo objetivo é descobrir qual o agente da empresa infiltrado entre os participantes.

Peões
Direção: Eduardo Coutinho (2004)
Em 1979 e 1980, na região metalúrgica do ABC (Grande São Paulo), trabalhadores anônimos se envolveram no movimento grevista ao lado de pessoas que se tornaram líderes, como Luís Inácio Lula da Silva. O documentário de Coutinho dá voz a essas pessoas que não seguiram a carreira política, mas tiveram suas vidas marcadas pelos movimentos grevistas da época.

Pro dia nascer feliz
Direção: João Jardim (2006)
Situações de preconceito, violência e esperança fazem parte do cotidiano dos adolescentes brasileiros nas escolas. O documentário “Pro dia nascer feliz” se passa em três estados brasileiros e mostra a situação de jovens de diversas classes sociais e seus professores, auxiliando no debate sobre como melhorar a educação, que representa hoje uma das áreas mais debilitadas no Brasil.

Quanto vale ou é por quilo?
Direção: Sergio Bianchi (2005)
Três histórias se entrelaçam para contar a exploração da miséria e a aparente solidariedade prestada: no século XVII, um capitão-do-mato captura uma escrava fugitiva, que está grávida. Nos dias atuais, uma ONG implanta o projeto Informática na periferia e uma das personagens descobre que os computadores foram superfaturados. Em outro lugar, um jovem desempregado torna-se matador de aluguel para sustentar a esposa grávida.

Rei do Milho (King corn)
Direção: Aaron Woolf (2007)
Dois amigos se mudam para a cidade para aprender mais abre a comida que consomem. Com um pouco de ajuda eles conseguem plantar muito milho, mas quando procuram nas embalagens dos supermecados, não encontram nenhuma informação sobre seu produto. O filme aborda questões preocupantes sobre como consumimos e cultivamos os alimentos.
O Retrato de uma Coragem (Silkwood)
Direção: Mike Nichols (1983)
Karen Silkwood (Meryl Streep), funcionária de uma fábrica de componentes nucleares em uma pequena cidade do interior dos EUA luta pela saúde e por melhores condições de trabalho para os funcionários do local. Porém, acaba descobrindo mais do que os poderosos gostariam que ela soubesse, pondo em risco sua própria vida. Baseado em fatos reais.

Sangue Negro (There Will Be Blood)
Direção: Paul Thomas Anderson (2007)
Um mineiro de prata derrotado divide seu tempo com a tarefa de ser pai solteiro. Um dia ele descobre a existência de uma pequena cidade no oeste onde há muito petróleo. Decide partir para o local com seu filho e se arriscar na busca pelo sangue negro, que lhes traz riqueza e muitos conflitos.

A Síndrome da China (The China Syndrome)
Direção: James Bridges (1978)
Ficção que mostra o acidente de uma usina nuclear. Teve grande repercussão por ter sido lançado doze dias antes do acidente ocorrido na usina nuclear de Three Mile Island, nos Estados Unidos.

Super Size Me
Direção: Morgan Spurlock (2004)
Estudos recentes comprovaram que a cada três americanos, dois estão acima do peso ou são obesos. Super Size Me tenta mostrar que a ingestão de fast food pode ajudar no crescimento desses números e acabar com a saúde da população.

Syriana â€" A Indústria do Petróleo (Syriana)
Direção: Stephen Gaghan (2005)
Robert Baer investiga terroristas no mundo todo e, à medida que a ação deles passa a ser cada vez mais forte, o personagem observa a CIA dando lugar à politicagem. Porém, esses problemas começam a entrar na esfera pessoal quando um executivo do ramo petrolífero e sua mulher são envolvidos nessas tramas.

Tempos Modernos (Modern Times)
Direção: Charlie Chaplin (1936)
Um trabalhador de uma fábrica tem um colapso nervoso por trabalhar de forma quase escrava. É levado para o hospício, e quando retorna para a “vida normal”, encontra a fábrica já fechada. Em busca de outro destino acaba se envolvendo numa greve e é preso, entre outras confusões do gênero.

Terra Fria (North Country)
Direção: Niki Caro (2005)
No início dos anos 70, Josie Aimes foge do marido e volta para sua terra natal, onde começa a trabalhar em uma mina de ferro. Ela e suas colegas são molestadas pelos homens que trabalham no local, mas os proprietários não fazem nada a respeito. Josie decide então mover uma ação legal contra eles. Inspirado em fatos reais.

Todas as crianças invisíveis (All the Invisible Children)
Direção Mehdi Charef / Emir Kusturica / Spike Lee / Kátia Lund / Jordan Scott / Ridley Scott / Stefano Veneruso (2005)
Reunião de sete curtas-metragens protagonizados por crianças de países diferentes e dirigidos por importantes cineastas, entre eles, a brasileira Kátia Lund.

A Última Hora (The 11th Hour)
Direção: Nadia Conners, Leila Conners Petersen (2007)
Descreve o último momento em que ainda é possível alterar o rumo das mudanças climáticas e os impactos consequentes sobre ecossistemas e o modo de vida das pessoas.

Uma Verdade Inconveniente (An Inconvenient Truth)
Direção: Davis Guggenheim (2006)
O documentário mostra palestras e bastidores do ex vice-presidente americano Al Gore denunciando os perigos do aquecimento global.

Verônica
Direção: Maurício Farias (2008)
Verônica é professora da rede municipal na iminência de se aposentar, exausta e sem a paciência. Um dia, na escola em que trabalha, ela percebe que ninguém veio buscar um aluno de oito anos. A professora decide levá-lo em casa e ao chegar no alto do morro descobre que traficantes mataram os pais do menino e querem matá-lo também. Verônica foge com o garoto e depois é obrigada a enfrentar policiais e traficantes para sobreviver.

Viva Zapatero
Direção: Sabina Guzzanti (2005)
A italiana Sabina Guzzanti escreveu para a emissora estatal RAI um programa de humor intitulado "RaiOT", e no primeiro dia o programa foi cancelado, considerado vulgar pela emissora no tratamento com o governo. Nesse documentário, Guzzanti questiona os motivos do cancelamento e retrata as discussões sobre censura na Itália.

Wall Street - Poder e cobiça
Direção: Oliver Stone (1987)
Bud Fox (Charlie Sheen) é um jovem e ambicioso corretor que trabalha no mercado de ações. Após várias tentativas consegue falar com Gordon Gekko (Michael Douglas), um inescrupuloso bilionário. Gekko o adota como discípulo e logo Bud trabalha secretamente para Gekko, abandonando qualquer escrúpulo e ética com o intuito de enriquecer.

007- Quantum of Solace (Quantum of Solace / Bond 22)
Direção: Marc Forster (2008
O filme dá continuidade à série de James Bond em “007 Cassino Royale”. Em uma missão que o leva à Áustria, Itália e América do Sul, Bond descobre que há uma conspiração para obter controle total de um dos mais importantes recursos naturais do mundo por meio da manipulação de poderosos contatos na CIA e no governo britânico.

Filmes que despertam a consciência I

Educativo, emocionante, criativo, engraçado... o cinema sempre foi um grande instrumento de educação e de formação de opinião... segue uma lista completíssima de filmes que abordam a temática da sustentabilidade e da consciência individual em todas as suas formas!

Agora é com você... divirta-se!!!


The Age of Stupid
O filme mostra a retrospectiva de um homem que vive no ano 2055, após o ponto em que já não há retorno em relação ao aquecimento global ter passado. Ao rever documentários da nossa época (2007-2008), ele se pergunta por que fomos tão estúpidos a ponto de não tentar frear o processo de mudanças climáticas enquanto era tempo.

À margem da imagem
Direção: Evaldo Mocarzel (2003)
Documentário sobre a sobrevivência, o estilo de vida e a cultura dos moradores de rua de São Paulo. Temas como exclusão social, desemprego, alcoolismo, loucura e religiosidade permeiam a narrativa e estimulam a discussão sobre essas comunidades marginalizadas e esquecidas em meio ao fluxo da cidade.

A Qualquer Preço (A Civil Action)
Direção: Steven Zaillian (1998)
O filme, baseado em história real, mostra o trabalho de um advogado na busca pela condenação judicial de uma empresa que causou a contaminação do rio que abastece uma cidade nos Estados Unidos.

Boa Noite e Boa Sorte (Good Night, And Good Luck)
Direção: George Clooney (2005)
O filme conta a história de Edward R. Murrow (David Strathairn), um repórter que pretende desmascarar as falcatruas políticas do Senador norte-americano Joseph McCarthy na década de 50. Baseado em fatos reais.

Bye, Bye Brasil
Direção: Cacá Diegues (1979)
Tendo como pano de fundo a construção da rodovia Transamazônica, quando diversas mudanças passam a integrar a vida de comunidades da região, Bye, Bye Brasil retrata uma caravana de artistas mambembes que cruza a Amazônia até chegar a Brasília com seu entrono cercado de dilemas socioambientais.

Cidadão Kane (Citizen Kane)
Direção: Orson Welles (1941)
William Randolph Hearst, um poderoso magnata dos meios de comunicação dos EUA, serviu como inspiração para um dos filmes mais famosos de Orson Welles. A ascensão desse mito da imprensa americana passa pela total falta de ética e escrúpulos em relação aos demais atores sociais.

Cidade de Deus
Direção: Fernando Meirelles (2002)
Na Cidade de Deus, favela carioca conhecida por ser um dos locais mais violentos do Rio de Janeiro, um jovem pobre e negro descobre seu talento como fotógrafo e passa a registrar imagens de sua comunidade. É através de seu olhar que o filme mostra o dia-a-dia da favela, a violência e a falta de oportunidade.

A Corporação (The Corporation)
Direção: Jennifer Abbott e Mark Achbar (2003)
A hegemonia de corporações, que cresceu com o passar dos anos, é o foco principal desse filme de 2003. A obra mostra como, na sociedade atual, a vida da população é diretamente influenciada pelas decisões dessas gigantes do mundo globalizado.

O Dia Depois de Amanhã (The Day After Tomorrow)
Direção: Roland Emmerich (2004)
A discussão sobre as conseqüências das mudanças climáticas para o planeta e para a existência humana é o pano de fundo dessa ficção hollywoodiana. Além das conseqüências do aquecimento global, aborda a migração, já que no filme o norte dos EUA passa por uma nova era glacial e faz com que milhões de sobreviventes rumem para o sul.

Diamante de Sangue (Blood Diamond)
Direção: Edward Zwick (2006)
Em meio à guerra civil em Serra Leoa, Danny Archer, que contrabandeia os diamantes de sangue (usados para financiar a compra de armas), encontra Solomon Vandy, um pescador separado da família em um dos ataques de um grupo rebelde que encontra um raro diamante rosa. Enquanto isso, a jornalista Maddy Bowen investiga os diamantes de sangue e seu comércio ilegal. Exibe cenas reais sobre a guerra.

Em Busca da Vida (Sanxia Haoren)
Direção: Jia Zhang-Ke (2006)
A construção da usina de Três Gargantas, na China, deixou suas sequelas para a população local. 'Em busca da vida' mostra o retrato de algumas dessas pessoas afetadas pela polêmica construção, que resultou na inundação de cidades e transferência de moradores para outros locais.

Entre os muros da escola (Entre les murs / The Class)
Direção: Laurent Cantet (2009)
Uma escola em um bairro cheio de conflitos e diferenças culturais acentuadas na França contemporânea: esse é o local onde François e outros professores passam a dar aula. Apesar da determinação de oferecer conhecimento aos alunos, alguns jovens podem minar todo esse entusiasmo.

Erin Brockovich - Uma Mulher de Talento (Erin Brockovich)
Direção: Steven Soderbergh (2000)
Uma empresa do setor de energia contamina a água fornecida à uma cidade da Califórnia, nos Estados Unidos. Erin Brockovich não se intimida e luta pela condenação judicial da gigante da costa oeste. Baseado em uma história real.

Extermínio (28 Days Later)
Direção: Danny Boyle (2002)
Um grupo de ativistas invade um laboratório de pesquisas com macacos e encontra chimpanzés presos. Ao perceberam que os animais estavam sendo violentados, os ativistas decidem libertá-los. Soltos, os macacos passam a atacar todos à sua volta de forma violenta.

Filhos da esperança (Children of Men)
Direção: Alfonso Cuarón (2006)
Durante uma crise de infertilidade da raça humana, o mais novo cidadão do planeta falece aos 18 anos e a humanidade enfrenta a possibilidade de extinção. A ficção mostra a história de Theo (Clive Owen), um sobrevivente e ex-ativista que é forçado a enfrentar seus próprios medos para tentar evitar o fim da humanidade.

O Futuro da Comida
Direção: Deborah Koons (2004)
O documentário faz uma investigação sobre a verdade por trás dos alimentos geneticamente modificados (transgênicos) que têm preenchido cada vez mais os mercados americanos na última década.

continua...

21 de setembro de 2009

Visão fragmentada X Visão sistêmica

Por Luis Antônio Gaulia*

"...mas a tal Sustentabilidade, palavra da moda, precisa exatamente disso: de uma visão mais abrangente – que vai gerar alguma reflexão e muito aprendizado."

Numa conversa com um engenheiro de uma fábrica de bombas, mísseis e explosivos foi perguntado se o sujeito tinha algum tipo de culpa pelo que produzia. A resposta veio com um tiro de fuzil: “Não tenho culpa de nada. Aqui eu só faço a colocação do detonador. Nem sei quanto de explosivo existe nesse artefato. Também não sou eu quem jogará essa bomba em cima dos outros”.

O exemplo acima ilustra bem o que significa ter uma visão fragmentada do mundo e da vida. Diferentemente de uma visão sistêmica – que considera o conjunto, o todo e a teia de conexões e interdependências de qualquer atividade humana. E que é fundamental para a sobrevivência atual de nossa espécie na terra.

Mas de onde surge essa visão estanque? Acredito que vivemos sob a influência de dois modelos de pensamento que não somente nos trouxeram o crescimento industrial e a fartura de produtos como automóveis, geladeiras, computadores e ogivas nucleares. Mas que também trouxeram, por conseqüência, os engarrafamentos, a queima de combustível fóssil e a poluição do ar, o desperdício de energia, a guerra moderna e seu poderio militar destrutivo como nunca se viu na história humana.

Falo sobre o pensamento de Descartes e de Newton. Pensadores geniais que transformaram o mundo pela força de suas idéias. Mas que estavam apenas parcialmente certos. Explico: quando se determina que a verdade é tudo aquilo que a razão pode explicar, privilegia-se o mental, racional, matemático e deixa-se de lado outras visões da verdade como os costumes, a cultura, a emoção, a espiritualidade (não de uma religião, mas de uma crença maior nos mistérios da vida). Ou seja, produz-se um modelo onde só a razão e a mente valem.

Ou seja, ao explicarmos a vida e o universo a partir de uma visão mecanicista, onde o mundo funcionaria como um grande relógio, passamos a perceber a dinâmica da vida como um conjunto de peças dentro de ritmos determinados pelo tempo e pelo movimento. Peças perfeitamente controláveis. Um modelo mental que acabou classificando homens e mulheres como “recursos” e dessa forma plenamente substituíveis ou trocáveis, assim como peças de uma máquina – muito bem retratada na genialidade de Charles Chaplin no filme “Tempos Modernos”.

E mais ainda. Um modelo que deixou de perceber que a industrialização e o crescimento contínuo de negócios não consideravam há até poucos anos, os impactos desse crescimento sobre ecossistemas variados. Uma visão – fragmentada – que deixava a natureza do lado de fora das fábricas, desconsiderando o valor do que podemos chamar hoje de capital natural. E pior: na sua prepotência em traçar metas e objetivos, acreditou que através de um controle feito pelas planilhas matemáticas poderia comandar e controlar tudo. Inclusive a vida.

Ora, quem consegue controlar a vida? Ainda não existem respostas para isso. Assim, tanto Newton quanto Descartes descobriram uma apenas uma parte da verdade do mundo. E hoje, precisamos acrescentar, incluir, considerar, perceber outras dimensões desse gigantesco mistério chamado vida. Nosso futuro depende dessa visão sistêmica.

A partir disso, desta visão holística, do todo que nos une e nos insere numa teia universal, poderemos entender que nossos atos, dos mais simples aos mais complexos podem afetar nossos rumos, podem afetar nosso futuro. É um desafio muito grande começar a mergulhar nessas dimensões. Mas a tal sustentabilidade, palavra da moda, precisa exatamente disso: de uma visão mais abrangente – que vai gerar alguma reflexão e muito aprendizado. Por tabela (Ops, olha o racional aí!), novos processos, novos jeitos de fazer, de organizar. Vai gerar inovação. Mudança.

E vai fazer também que aquele engenheiro lá na fábrica de bombas não tenha a desculpa perfeita de dizer que ele só é responsável por uma pequena parte do trabalho. Que não faz mal a ninguém na sua rotina de instalação de pequenos detonares dentro de pequenos ou grandes mísseis. Aliás, quem sabe num futuro não tenhamos mais este tipo de negócio? Indústria de armas, complexos militares.

Afinal, numa visão maior vamos nos descobrir não sujeitos desconhecidos, estrangeiros ou intrusos, mas membros de uma só família que habita o mesmo endereço residencial: a Terra.


* Luis Antônio Gaulia é especialista em Comunicação Empresarial e Comunicação para a Sustentabilidade.


(Envolverde/Revista Plurale)

Dia mundial sem carro


A cada dia que passa, fico mais impressionada com a questão do uso do carro nas grandes cidades, em especial São Paulo. Parece que as pessoas ainda não perceberam o quanto este veículo é prejudicial ao nosso bem-estar.

Curioso e surpreendente foi o 'Desafio Intermodal' ocorrido na semana passada, que comparou a performance de diversos meios de transporte indo da Berrini até o centro. Quem mora em São Paulo pode imaginar o transtorno que é realizar este percurso de carro. E na competição, isso fica mais claro ainda. Pra se ter uma ideia, o vencedor foi um ciclista (ganhou do carro, da moto e até do helicóptero). E pasmem: quem foi a pé chegou só 10min depois de quem foi de carro.
Fica claro que, pelo menos nas grandes metrópoles, o carro deveria ser usado com muita moderação.

Quer participar das manifestações do dia mundial sem carro? Acesse o site do Nossa São Paulo e veja a programação completa.

Abraços,

Andy

15 de setembro de 2009

PIB não é mais suficiente para medir bem-estar

Por Giampiero Martinotti, do La Repubblica

As cifras, os percentuais, os sinais mais e menos não bastam para medir o nosso bem-estar, o enriquecimento ou o empobrecimento dos nossos países. Medir o Produto Interno Bruto é indispensável, mas não é mais suficiente para fornecer um quadro exaustivo do estado de saúde de uma economia. Não se trata de criar um novo maxi-indicador, mas de levar em consideração toda uma série de parâmetros, particularmente os relativos às famílias e às várias categorias sócio-profissionais: só desse modo, os governos poderão afinar suas políticas econômicas.

São essas as conclusões a que a comissão presidida por Joseph Stiglitz, com colaboração de Amartya Sen e Jean-Paul Fitoussi, chegou. Vinte e cinco economistas de primeiríssimo plano (dentre os quais o presidente do Istat [Instituto Nacional de Estatística italiano], Enrico Giovannini), chamados por Nicolas Sarkozy para refletir sobre como oferecer um quadro mais preciso da realidade econômica, sobre o melhor modo para preencher, pelo menos em parte, o fosso que separa os dados macroeconômicos da percepção que os cidadãos têm, sobre meios necessários para integrar os dados sociais e ambientais. Um trabalho que não se refere só à França e que se une às reflexões semelhantes promovidas pela Comissão Europeia.

O documento final será apresentado hoje, antes no Palácio do Eliseu e depois na Sorbonne, na França. Mas o jornal Le Figaro publicou alguns amplos trechos do documento, e a própria comissão publicou em seu site alguns documentos de trabalho. As 291 páginas do relatório, dividido em três partes, apresentam uma análise aprofundada dos problemas ligados à medida da riqueza e formulam uma dezena de recomendações.

A primeira parte é dedicada ao PIB, considerado insuficiente para fornecer um quadro exaustivo da riqueza de um país: reúne em uma cifra a progressão ou a regressão da riqueza produzida, mas não leva em consideração disparidades individuais e sociais. Segundo o relatório, “para avaliar o bem-estar material, é preciso analisar as rendas e o consumo, mais do que a produção”.

Para isso, os Estados devem observar a situação econômica do ponto de vista das famílias, levando em conta suas diversas condições. As médias nacionais, enfim, não bastam mais: o aumento dos preços, por exemplo, pode pesar muito mais do que algumas categorias (geralmente, as menos importantes). E medir as rendas não é suficiente. Também será preciso levar em consideração o patrimônio: quem não economiza protege o bem-estar atual, mas compromete o futuro. Enfim, será preciso avaliar os trabalhos sem valor comercial, como os trabalhos domésticos, e mais em geral a repartição das atividades entre trabalho e tempo livre: a Itália, como todos os demais países europeus, tem taxas mais altas do que os EUA no que se refere ao trabalho doméstico e ao tempo livre.

A segunda parte convida a examinar a qualidade de vida, o contexto social, ambiental e de segurança dos cidadãos. Os trabalhos de alguns economistas franceses já mostraram como as coisas podem mudar: se olharmos só ao PIB per capita, a Itália era, em 2004, no 18º lugar, enquanto que, se levarmos em conta outros elementos ligados à qualidade de vida, ao bem-estar e ao trabalho doméstico, sobe para o 11º.

É preciso, em suma, integrar muitos outros fatores: da taxa de mortalidade, à evolução física das populações (altura, peso etc.) aos serviços sociais. Este último é um ponto importante: os serviços públicos, como os de saúde, educação e segurança, devem ser calculados para avaliar corretamente a riqueza das famílias.

Ainda mais complexo foi o trabalho dedicado ao desenvolvimento sustentável. Se há mais ou menos consenso sobre a definição dada há mais de 20 anos pelo relatório Brundtland (”o desenvolvimento sustentável é um desenvolvimento que satisfaz as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das gerações futuras de satisfazer suas próprias necessidades”), é mais difícil localizar um indicador eficaz.

A comissão sugere que sejam criados índices capazes de “calcular as variações dos estoques”. Seria preciso, enfim, medir o capital humano e físico, sabendo que um desenvolvimento sustentável é o que o faz aumentar, preservando assim as gerações futuras.


* Publicada no jornal La Repubblica, 12-09-2009. Tradução de Moisés Sbardelotto.

3 de setembro de 2009

Especial Roberto : quer saber como inserir sustentabilidade no seu dia a dia?


Já está no ar o espaço Especial Roberto no site de sustentabilidade do Banco Real. Lá você pode se divertir com situações do dia-a-dia da vida do Roberto, personagem principal dos cursos online oferecidos pelo Banco. Veja aqui

2 de setembro de 2009

Videos que estimulam nossa consciência I


Por acaso, acabei me deparando com o video da música "Do the evolution" do Pearl Jam, que eu não via há muito tempo. A música é de 1998, do disco Yeld. "Do The Evolution narra a paradoxal aventura humana de progresso histórico-tecnológico que, no fim das contas, confunde-se com uma aprofundamento cada vez maior da desumanidade dos próprios seres humanos. Uma evolução em caminho contrário, já que os valores econômicos acabariam valendo mais do que as necessidades dos próprios homens (Antes Quixote)". Definitivamente, uma música que estimula nossa consciência.

Seguem as letras:

Do The Evolution




Woo...Eu estou a frente
I'm ahead, I'm a man Eu sou o homem
I'm the first mammal to wear pants, yeah Eu sou o primeiro mamífero a usar calças
I'm at peace with my lust Eu estou em paz com minha luxúria
I can kill 'cause in God I trust, yeah Eu posso matar pois em Deus eu confio, yeah
It's evolution, baby É a evolução, baby


I'm at peace, I'm the manEu sou uma besta
Buying stocks on the day of the crash Eu sou o homem
On the loose, I'm a truck Comprando ações no dia da quebra, yeah
All the rolling hills, I'll flatten 'em out, yeah No frouxo, eu sou um caminhão
It's herd behavior, uh huh Todas as colinas rolantes, eu irei aplanar todas elas, yeah
It's evolution, baby É comportamento de rebanho, uh huh

É a evolução baby


Admire me, admire my homeMe admire, admire meu lar
Admire my son, he's my clone Admire meu filho, ele é meu clone
Yeah, yeah, yeah, yeah Yeah yeah, yeah yeah
This land is mine, this land is free Esta terra é minha, esta terra é livre
I'll do what I want but irresponsibly Eu faço o que eu quiser, irresponsavelmente
It's evolution, baby É a evolução, baby


I'm a thief, I'm a liarEu sou um ladrão
There's my church, I sing in the choir Eu sou um mentiroso
(hallelujah, hallelujah) Esta é minha igreja, eu canto no coro

Aleluia, Aleluia


Admire me, admire my homeMe admire, admire meu lar
Admire my son, admire my clothes Admire minha música, aqui estão minhas roupas
'Cause we know, appetite for a nightly feast Porque nós conhecemos
Those ignorant Indians got nothin' on me Apetite por banquete noturno
Nothin', why? Esses índios ignorantes não tem nada comigo
Because... it's evolution, baby! Nada, por que?

Porque é a evolução, baby!


I am ahead, I am advancedEu estou a frente,
I am the first mammal to make plans, yeah Eu sou avançado,
I crawled the earth, but now I'm higher Eu sou o primeiro mamífero a fazer planos, yeah
2010, watch it go to fire Eu rastejei pela terra, mas agora eu estou alto
It's evolution, baby 2010, assista isso ir para o fogo
It's evolution, baby É a evolução, baby!
Do the evolution É a evolução, baby!
Come on, come on, come on Faça a evolução

Venha

Venha, venha

E o videoclipe
legendado.

Se tiver alguma sugestão de filme ou música, deixe o seu comentário.

1 de setembro de 2009

Da escravidão à consciência ambiental

Por Eduardo Sabino*

O mundo da imagem está soterrado de ações “para inglês ver”. Lembremos das origens da expressão. A Inglaterra pressionava o Brasil para a abolição da escravatura - o interesse dela era formar, com base nos negros recém-libertos, uma massa de consumidores para os seus produtos -, e a Corte Portuguesa tomou várias medidas para mostrar aos ingleses que o Brasil iniciara um processo de emancipação dos escravos. Uma delas: Lei do Sexagenário, em 1885. Os escravos que chegassem aos 60 anos estariam livres. Marketing social fajuto, raramente algum escravo alcançava seis décadas, em regime de trabalho forçado, entremeado por confrontos com feitores e chibatadas.

Numa terra onde os senhores do engenho sustentavam o Império, permitir o fim da escravidão seria ferir a base econômica do País e decretar, finalmente, a República. A proximidade de datas não foi uma coincidência: em 1888, a abolição da escravatura, 1889, a república proclamada. Todos os negros, desde então, tornaram-se livres para se refugiar em favelas, libertos para vender a própria força de trabalho em troca de ninharias. Às vésperas dessa “revolução”, os pequenos atos do governo apontaram, ironicamente, para uma direção contrária à mudança. Esta é a lição das “atitudes” para inglês ver: aparentar preocupação com os grandes problemas da sociedade é contribuir, de fato, com a manutenção das coisas como elas são.

Na contemporaneidade, a liberdade dos atuais cativos está inteiramente ligada à sua capacidade de entender os jogos comunicativos do mundo globalizado, ou seja, migrar da informação para a técnica, talvez até para o conhecimento, buscando-os em fontes confiáveis.

Vivemos em uma rede que se proclamou Sociedade do Conhecimento, mas que não consegue distinguir as ações efetivas dos truques circenses. Há informação demais, certamente, em diversas mídias, mas como ter certeza da transparência e neutralidade de nossas fontes? Até que ponto as supostas soluções para os grandes problemas de nossa civilização, e que ganham força ao serem comunicadas, não são medidas para inglês ver?

Entre as atitudes das organizações e das pessoas, temos aquelas que as tornam responsáveis para com o mundo à sua volta. Para se tornar socialmente responsável, muitos têm se concentrado no tratamento do lixo, o que não deixa de ser uma ação real pelo meio ambiente. No entanto, remamos contra um fluxo cada vez mais forte: a destruição do meio ambiente, a confecção de produtos, o acúmulo de sucata. Não são simplesmente as ações do cidadão de fechar a torneira e jogar o lixo na lixeira - como querem que pensemos - os remédios mais eficazes para a produção acelerada. Pensar assim seria atribuir apenas à caridade a missão de acabar com os problemas sociais. Eles devem ser resolvidos pela raiz, não por meio de atitudes de efeito curativo. Num mundo à beira de colapsos naturais, já está em tempo de pensar no sistema econômico que nos permite viver em sociedade, em suas mazelas e perigos.

Tratar o lixo, plantar uma árvore, usar papel reciclado, buscar combustíveis renováveis é sensato, mas pouco ainda perto do consumo que projeta a produção de mercadorias para uma escala infinita - cultura do logro e do desperdício.

Numa tarde de caminhada no Parque Ecológico de certa cidade, deparei-me com uma placa afixada pela Empresa X: “Você viu a árvore que tinha aqui? Um incendiário viu primeiro”. Num outro dia, andando pelas ruínas de um distrito, deu-me vontade de cravar na terra uma placa: “Você viu o ecossistema que tinha aqui? A Empresa X viu primeiro.”

A sociedade global, agrupamento humano onde se enquadram todos nós, precisa se libertar das ações para inglês, americano, igrejas e organizações ambientais verem (mesmo que isso envolva a luta contra os senhores de engenho de hoje). A salvação do nosso mundo - em suas dimensões materiais, biológicas e culturais - requer intervenções profundas na realidade.

* Eduardo Sabino é escritor e redator. Lança, em outubro, pela editora Novo Século, o livro de contos “Idéias Noturnas sobre a Grandeza dos Dias”. É editor e colaborador da revista eletrônica Caos e Letras .