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4 de agosto de 2010

Aprovada a política de mudança climática do ES


A Diretriz Estadual de MUDANÇAS CLIMÁTICAS foi aprovada pela Assembleia Legislativa (Ales) na sessão ordinária desta terça-feira (3), ocorrida no Plenário Dirceu Cardoso.

À matéria, formatada no Projeto de Lei nº 626/2009, do deputado Claudio Vereza (PT), foi anexado o Projeto de Lei nº 151/2010, do Poder Executivo, que institui a Política Estadual de MUDANÇAS CLIMÁTICAS.

Como havia emenda do deputado Vereza, a matéria segue agora para a Comissão de Constituição e Justiça para redação final. Juntos, os dois projetos preveem um conjunto de ações com o objetivo de promover o desenvolvimento sustentável.

Isso implica no estímulo à mudança nos padrões de consumo, na promoção da educação ambiental e no incentivo a projetos de habitações sustentáveis. O Governo deverá, inclusive, verificar onde estão os pontos de emissão de gases causadores do efeito estufa no Estado.

A matéria também propõe o incentivo econômico para as boas práticas ambientais nas propriedades rurais, o incentivo ao uso racional do solo urbano e rural e ações para conter possíveis desastres naturais, como a estruturação da Defesa Civil nos municípios.

18 de maio de 2010

Espírito Santo terá Política Estadual de Mudanças Climáticas

Em evento realizado hoje em Vitória, o Governador Paulo Hartung enviou oficialmente o projeto de lei que cria a Política Estadual de Mudanças Climáticas do Espírito Santo para a Assembléia Legislativa.

O projeto de lei estabelece o compromisso do Estado frente às mudanças climáticas, dispõe sobre as condições necessárias a adaptação aos efeitos adversos da mudança do clima, bem como a contribuição do Estado para redução ou estabilização da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera.

O texto da política foi elaborado à muitas mãos, por meio do Fórum Estadual de Mudanças Climáticas, que reune representantes da sociedade civil organizada, do poder público e do setor empresaria. Tive a oportunidade de participar deste processo enquanto gestora pública e cidadã, e me sinto feliz por mais essa conquista do Espírito Santo.

Agora temos que ficar de olho na tramitação deste projeto de lei na Assembléia, afinal não podemos permitir que corrida eleitoral atrase a aprovação desta lei que é crucial para o futuro do Espírito Santo.  
 
Participe das audiências públicas que serão realizadas pela Assembléia e dê a sua contribuição!

24 de abril de 2010

Climate science - all in one

If you google "climate science" you'll find 20,400,000 entries in English. That's a lot of stuff, right?

I f you want to learn more about climate science, but you can't afford the time necessary to go through all this information, you can check out Scott A. Mandia's compilation of "all the data you need to show that the world is warming" posted at Climate Progress. Unfortunately the information is only available in English.
  
In a single post  Mandia included 29 graphs and charts and two videos relating the current science on climate change.This is extremely useful for those of us interested in battling climate change deniers.

16 de abril de 2010

Solving global warming

I have issues with "buy CO² credits" and "have no more than 2 chlidren", but in general the mind map below  seems fine.


And here's the link for a larger version of the mind map.

Não faltam avisos, faltam políticas

Por Washington Novaes

Há quantas décadas os cientistas advertem que não se deve desmatar encostas e topos de morros nem ocupá-los com construções, porque se corre o risco de deslizamentos e mortes? Há quantas décadas a legislação proíbe essa ocupação? Há quanto tempo a ciência mostra os riscos de ocupar a planície de inundação natural de rios, que periodicamente ali produzem enchentes mais fortes, com vítimas e perdas materiais, ainda mais se canalizados, retificados, obstruídos por barragens? Não são conhecidos há muito tempo os riscos de impermeabilizar todo o solo das cidades com asfalto e não deixar espaço para a infiltração de água - agravando o risco de inundações? Há quantas décadas o Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC) alerta para a maior frequência e o agravamento dos chamados "eventos extremos" do clima, principalmente chuvas intensas em curto espaço de tempo?

Esse texto pode parecer escrito agora, após as últimas tragédias no Rio de Janeiro, em Niterói, São Paulo, Angra dos Reis, etc. provocadas por chuvas intensas. Mas foi publicado pelo autor destas linhas nesta mesma página no dia 19 de dezembro de 2008, após os dramas que as chuvas provocaram em Santa Catarina, onde chegaram a cair mais de 850 milímetros de água em 36 horas. Nessas últimas semanas nem choveu tanto - mais de 100 milímetros, em São Paulo; e 288 milímetros, no Rio de Janeiro. Mas foi o suficiente para provocar "o caos" no Rio e em Niterói. Centenas de mortos, milhares de desalojados ou desabrigados e a constatação de que há dezenas de milhares de casas em áreas de risco nas duas cidades.

Não é o caso de discutir mais uma vez se "eventos extremos" como esses são ou não produto da intensificação do efeito estufa por ações humanas. Não há nenhuma dúvida de que, seja qual for a razão, os últimos 10 anos estão entre os 12 mais quentes da história do planeta. Ainda que se deixem de lado esses ângulos da questão, o Rio de Janeiro tem uma história de eventos extremos dessa natureza desde 1966, pelo menos - e os governantes sabem disso. Da mesma forma, em Niterói a prefeitura estava informada, havia seis anos, por um estudo do Instituto de Geociência da Universidade Federal Fluminense, dos riscos com a ocupação desordenada de topos de morros e encostas. Em 2007 a mesma instituição alertou para 142 pontos de risco em 11 regiões - cinco das quais agora fortemente atingidas pelos deslizamentos. E uma delas era exatamente o Morro do Bumba, onde aconteceu o pior de todos. Ali se permitiu a ocupação, por dezenas de famílias, de uma área que durante 15 anos recebeu o lixo de Niterói e São Gonçalo. Uma das hipóteses é a de que o recente deslizamento tenha sido agravado por uma explosão de gás metano ali acumulado pela decomposição do lixo.

Não é possível, portanto, fazer de conta que as administrações não sabiam dos riscos. E, pior, nenhum protesto se ouviu pelo fato de as verbas destinadas pela Secretaria Nacional de Defesa Civil ao Rio de Janeiro e São Paulo haverem sido redirigidas para outros Estados, principalmente a Bahia, onde o ex-ministro da Integração Nacional - a quem está subordinada a secretaria - é candidato a governador. Em 2008 e 2009, a Bahia recebeu 64,6% das verbas, ante 0,9% do Rio de Janeiro e 3% de outros oito Estados. De 2004 a 2009, a Bahia ficou com R$ 307,9 milhões, ante R$ 15,5 milhões do Rio de Janeiro.

Também não é possível esquecer a alarmante penúria brasileira em matéria de adaptação às mudanças climáticas. Mesmo quando o poder discute a questão climática no País, em geral centra a atenção quase exclusivamente na necessidade de "mitigar" as emissões de poluentes - sem tratar da urgentíssima necessidade de "adaptação", para a qual a Convenção do Clima chama sempre a atenção. Seja qual for a razão, os eventos extremos vêm se intensificando há décadas e é preciso adaptar o País a essa realidade. Isso inclui ter uma política em todos os níveis da administração que inclua instituições científicas equipadas para advertir com mais tempo sobre a aproximação dos eventos perigosos. Uma política que leve à revisão dos padrões de construção em todos os lugares e setores (rodovias, pontes, edifícios). Uma legislação que impeça a impermeabilização do solo - e fiscalização para que seja cumprida. Desocupação das áreas de risco. Programas de devolução dos rios a seu curso primitivo - eliminando barragens, retificações, redução do canal. E a criação, em cada lugar, de instituições de defesa civil.

Exemplo de conhecimento a ser traduzido em práticas preventivas: estudo de cientistas da área do clima na Universidade de São Paulo para a Agenda do Verde e do Meio Ambiente da capital paulista mostra que a diferença de temperatura entre as áreas do Município ainda ocupadas por vegetação nativa (Serra do Mar e Cantareira, principalmente) e áreas da cidade de alta ocupação industrial e trânsito intenso (como a Mooca) chega a seis graus Celsius, e isso tem consequências fortes na distribuição espacial e temporal das chuvas. Essas áreas mais quentes formam as chamadas "ilhas de calor", que atraem chuvas intensas. Com isso, chove mais nas áreas onde os altos volumes de água são um problema e menos nas áreas de nascentes e reservatórios. Da mesma forma, com o calor, chove mais nas áreas urbanas de segunda-feira a sexta-feira - quando a água é mais problemática - do que nos fins de semana, quando diminui o calor e há menos movimentação de pessoas.

Há alguns estudos. Faltam políticas adequadas. E caminhos na sociedade para exigir dos governantes as atitudes necessárias. Sem esquecer a questão da comunicação: os eventos dramáticos têm causas que se acumulam ao longo de anos, décadas; não acontecem do dia para a noite. É função da comunicação acompanhar essa evolução, denunciá-la e pedir providências. Não basta fazer o "jornalismo de espetáculo" só no momento do drama.

Fonte: Estadão

Pérolas do agronegócio

O Greenpeace publicou no Twitter alguns comentários de participantes do Fórum de Agropecuária e Clima e de representantes da CNA sobre como veem a questão ambiental. Os twitts falam por si:
  • Cortar emissao é tarefa dolorosa, diz Assuero Veronez. “Ainda mais sem certeza cientifica”
  • Assuero Veronez, vice presid. CNA diz: legislaçao ambiental no Brasil limita agricultura sem nenhum retorno, baseado muitas vezes em mentira
  • APP e reserva legal devem ser chamadas de ‘areas frageis’ e o criterio é nao ter critério. ForumAgropecuariaClima
  • Para completar hall de venenos, Sebastiao Guedes conclui que FAO age somente para ‘encher o bolso dos europeus de dinheiro’.
  • Representante da pecuaria no país, Sebastiao Guedes culpa industria por emissões. ‘ninguém manda parar de dirigir, só de comer um bifinho’ .
  • #ForumAgropecuaria: Clima Sebastiao Guedes afirma que cientistas do IPCC mentem e COP só serve para gastarmos passagens.
  • Sebastiao Guedes: Dizer que árvores derrubadas vão pro gado é mentira. Se dissessem que vão para a agricultura eu até permitiria.
  • #Forum de Agropecuaria e Clima. Sebastiao Guedes, da Confederaçao Nacional de Pecuaria defende gado: pecuaria nao tem culpa no aq. Global

29 de março de 2010

Não é hora de por a ciência climática na geladeira

A ciência das mudanças climáticas tem estado na defensiva nas últimas semanas, devido a um erro que exagerou drasticamente os números que apontavam para o desaparecimento das geleiras do Himalaia. Alguns na mídia e outros céticos sobre as mudanças climáticas estão tendo um momento de brilho, esmiuçando cada vírgula e suspiro nas avaliações do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC) de 2007.

Vozes estridentes estão até mesmo considerando o aquecimento global um embuste como o “bug do milênio”. Como resultado, a opinião pública tem ficado cada vez mais confusa à medida que o questionamento incessante ao IPCC e a seus integrantes toma uma proporção de caça às bruxas.

É realmente a hora de um teste de realidade. É mais do que certo apontar erros, fazer correções e conferir novamente a credibilidade e precisão de pesquisas. Também é certo que o IPCC reconheceu a necessidade de mais controle de qualidade para minimizar quaisquer riscos em novos relatórios. Mas vamos deixar de lado o mito de que a ciência das mudanças climáticas tem furos escondidos e está afundando rapidamente em um mar de mentiras.

Ao longo de 22 anos, o IPCC baseou-se no conhecimento de milhares das melhores cabeças científicas, indicados por seus próprios governos, na tentativa de esclarecer a complexidade de fenômenos ambientais descobertos, e os potenciais impactos deles na economia e na sociedade. O painel tem se esforçado para entregar o produto “perfeito” em matéria de suas obrigações, rigor científico, avaliação de especialistas e franqueza, e tem apresentado o conhecimento – mas também lacunas do conhecimento – em termos do que entendemos sobre o aquecimento global.

O relatório de 2007 representa a melhor avaliação de risco possível, mesmo que um erro – ou, para ser mais exato, um erro de tipografia – em sua declaração sobre os números do derretimento das geleiras do Himalaia.

Uma percepção propagada nas últimas semanas é de que o IPCC é sensacionalista: essa é talvez a mais surpreendente, se não risível, alegação de todas. Na verdade, o painel tem sido criticado por ser muito conservador em suas projeções do possível aumento no nível do mar no século 21. De fato, precaução ao invés de sensacionalismo tem sido o lema do painel ao longo de sua existência.

Em sua primeira avaliação, em 1990, o IPCC comentou observar que o aumento da temperatura era “coerente com as previsões dos modelos climáticos, mas que também tinha a mesma magnitude da variabilidade climática natural”. A segunda avaliação, em 1995, diz: “Os resultados indicam que a tendência observada na temperatura média global nos últimos cem anos não parecem ser originalmente totalmente naturais”.

Em 2001, seu terceiro relatório informava: “Há evidências novas e fortes de que a maioria do aquecimento observado nos últimos 50 anos pode ser atribuído a atividades humanas”. Em 2007, o consenso tinha atingido “uma convicção muito forte” – pelo menos 90% de chance de acerto – de que os cientistas estavam compreendendo como as ações humanas estavam fazendo o mundo ficar mais quente.

Isso não se parece com um organismo parcial ou proselitista, mas como uma organização que tem se esforçado para montar, organizar e entender um quebra-cabeça científico que se desenvolve rapidamente e para o qual novas peças surgem quase diariamente, enquanto outras ainda serão descobertas. Então talvez a questão que realmente está sendo negligenciada aqui seja essa: confrontado pela percepção crescente de que a humanidade se tornou a grande responsável pelas mudanças em nosso planeta, o IPCC, desde seu início, tem estado em corrida contra o tempo.

As enormes evidências agora nos indicam que a emissão de gases do efeito estufa precisa atingir o ponto máximo dentro da próxima década para termos alguma chance razoável de manter o aumento da temperatura global em níveis aceitáveis. Qualquer atraso pode gerar riscos ambientais e econômicos tão grandes que será impossível lidar com eles.

O fato é que o mundo pode ter de fazer uma transição para um futuro de baixo carbono e recursos renováveis mesmo se não houver nenhuma mudança no clima. Com o crescimento da população mundial de seis para nove bilhões nos próximos 50 anos, precisaremos melhorar o controle da nossa atmosfera, ar, terras, solos e oceanos.

Mais do que enfraquecer o trabalho do IPCC, nós deveríamos renovar e redobrar nossos esforços para apoiar sua tarefa gigantesca de reunir ciência e conhecimento para seu quinto relatório, em 2014. O que é preciso é uma resposta internacional urgente aos múltiplos desafios da segurança energética, poluição do ar, gestão dos recursos naturais e mudanças climáticas.

O IPCC é tão falível quanto os seres humanos que o compõem. Mas continua sendo, sem sombra de dúvida, a melhor e mais sólida instituição que temos para uma comunidade de mais de 190 países fazer essas tão críticas escolhas para o futuro do planeta.

***Achim Steiner é diretor-executivo do Programa Ambiental da ONU, co-anfitrião do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC). Tradução: Pedro Moreira

Fonte: Zero Hora

23 de março de 2010

Se o mar sumir

Um dos efeitos mais divulgados das mudanças climáticas é o aumento do nível do mar. Mas o que significa falar de aumento de 1m no nível do mar?

Este interessante infográfico do The Guardian Datablog, ilustra de maneira criativa o que irá acontecer quando o "mar atacar". Além de mostrar quando isso poderá acontecer e  que cidade mundiais poderiam ser afetadas.

When Sea Levels Attack

22 de março de 2010

Minuta da Política de Mudanças Climáticas do ES será encaminhada à Assembléia Legislativa em abril

Thiago Guimarães/Secom
Representante de diversos setores do Governo do Estado estiveram presentes.
Para estabelecer estratégias e ações frente aos efeitos das mudanças climáticas e sua incorporação às políticas públicas, o Governo do Estado está elaborando a Política Estadual de Mudanças Climáticas (PECM). A previsão é de que o projeto de Lei seja encaminhado à Assembléia Legislativa para aprovação em abril. Nesta segunda-feira (22), no Palácio da Fonte Grande, a minuta da Política foi apresentada aos secretários de Estados e diretores de órgãos gestores ligados diretamente a sua elaboração.

O evento contou com a presença do secretário de Estado de Governo (Seg), José Eduardo de Azevedo; da secretária de Estado do Meio Ambiente (Seama), Maria da Glória Brito Abaurre; do secretário de Estado de Gerenciamento de Projetos (Segep), Regis Mattos; da secretaria de Estado de Saneamento, Habitação e Desenvolvimento Urbano (Sedurb), Regina Curitiba; e do secretário de Agricultura, Abastecimento, Aquicultura e Pesca (Seag), Enio Bergoli.

Também estiveram presentes o diretor presidente da Companhia Espírito Santense de Saneamento (Cesan), Paulo Ruy Carnelli; o diretor geral do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), Marcelo Ferraz; o diretor presidente do Instituto de Defesa Agropecuária e Florestal (Idaf), Aladin Fernando Cerqueira; a diretora geral da Agência de Serviços Públicos de Energia do Estado (Aspe), Maria Paula de Souza Martins; e representantes do Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) ; do Instituto de Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) e da Procuradoria Geral do Estado.

A apresentação foi conduzida pelo secretario executivo do Fórum Capixaba de Mudanças Climáticas e diretor de Estudos e Pesquisas do Instituto Jones dos Santos Neves, Rodrigo Lorena, pelo coordenador técnico do Grupo de Mudanças Climáticas do Instituto Estadual de Meio Ambiente e Recursos Hídricos (Iema), David Casarin, e pela Gestora de Projetos da Segep, Gilbia Portela.

A PECM dispõe sobre as condições para as adaptações necessárias aos impactos derivados das mudanças climáticas, bem como propõe contribuições para redução ou estabilização da concentração dos gases de efeito estufa na atmosfera visando garantir o desenvolvimento sustentável. “O Estado reconhece a contribuição do homem para a mudança do clima e toma a frente, no sentido de criar uma estratégica para o enfrentamento desta mudança e seus efeitos”, disse David Casarin.

Como instrumento desta política, está sendo desenvolvido um inventário para identificar qual o nível atual de concentração destes gases do efeito estufa, ou seja, os gases responsáveis pelo aquecimento global no Estado e quais os principais setores responsáveis por estas emissões. Ele contemplará cinco setores principais: energia, transporte, indústria, agroflorestal e de resíduos.

A expectativa é de que este levantamento esteja pronto em julho 2010. Também está sendo elaborado o Plano Estadual de Mudanças Climáticas, que irá reunir as principais áreas do Espírito Santo a serem atingidas pelos efeitos das mudanças do clima por meio de um estudo de vulnerabilidade, para que se possam traçar estratégias para seu enfrentamento.

Informações Adicionais:
Fórum Capixaba de Mudanças Climáticas

A elaboração da Política Estadual de Mudanças Climáticas teve início em setembro de 2009 e está sendo conduzida pelo Fórum Capixaba de Mudanças Climáticas (FCMC), que conta com a participação do Governo do Estado, por meio do IJSN, Seama e Iema, Seag, Idaf e Incaper, Aspe, Defesa Civil, Política Militar do Espírito Santo e o Banco de Desenvolvimento do Estado do Espírito Santo (Bandes), e instiuições federais, agentes da iniciativa privada, sociedade civil organizada, Prefeitura de Vitória, entre outros.

O Fórum Capixaba foi criado em 2006 e atua em consonância com os debates e orientações do Painel Intergovernamental de Mudanças Climáticas (IPCC), entidade científica designada pela Organização das Nações Unidas (ONU) para fornecer informações sobre o atual estado das mudanças do clima e suas potencialidades ambientais e sócio-econômicas.

Ele também está em concordância com o Fórum Brasileiro de Mudanças Climáticas, presidido pelo Presidente da República e que tem como objetivo conscientizar e mobilizar a sociedade para a discussão e tomada de posição sobre os problemas decorrentes da mudança do clima, além de auxiliar o governo na incorporação das questões sobre mudanças climáticas nas diversas etapas das políticas públicas.

Fonte:
Assessoria de Comunicação Seama/Iema
Texto: Amanda Amaral

12 de março de 2010

Entrevista Carlos Nobre: "Não acho que esse ceticismo com relação às mudanças climáticas vá durar muito"

Carlos Nobre, cientista brasileiro do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais e membro do Painel Intergovernamental sobre Mudanças Climáticas (IPCC), comenta os ataques que o órgão internacional vem sofrendo e discorre sobre a posição dos cientistas céticos em relação às mudanças climáticas.

Eis a entrevista.

Desde o segundo semestre do ano passado, o IPCC vem recebendo ataques em decorrência do suposto vazamento de e-mails e do erro em dados sobre o derretimento do Himalaia. Ao mesmo tempo, estamos tendo um inverno rigoroso na Europa. Somados, esses fatores trouxeram de volta a debate os questionamentos sobre a existência do aquecimento global, uma discussão que já estava praticamente encerrada. Na sua opinião, quais as causas desse retorno?
 Esses acontecimentos servem de impulso para os céticos porque eles não conseguem trazer qualquer fato científico novo, surpreendente, que coloque realmente em dúvida a ciência robusta e sólida do aquecimento global. Assim, se apegam a qualquer coisa – por exemplo, o inverno rigoroso no hemisfério norte – para contestar o aquecimento do planeta. Como não têm condições de debater no nível da ciência, por isso querem jogar o debate em um nível político. Existem aí enormes interesses econômicos afetados pela mudança do paradigma da geração de energia, pela troca de todo o sistema de produção que a partir do qual construímos o bem estar moderno.

Eu não acho que esse ceticismo vá durar muito, pois a ciência não para de avançar. Não há uma semana em que não seja publicado pelo menos um paper da mais alta qualidade sobre o assunto nas melhores revistas científicas. Todo esse alvoroço e os questionamentos sobre a legitimidade do órgão são mais uma jogada política de quem é contra a agenda climática. Mas essas coisas duram muito pouco, porque a força da ciência é tremenda. Os pseudo-cientistas que defendiam o tabaco na década de 1970, contratados a peso de ouro pelas companhias de cigarro, por exemplo, desapareceram. Isso porque a ciência explica como os fenômenos ocorrem. E tabaco, câncer e doenças cardíacas estão relacionados. Ninguém mais questiona isso. Da mesma forma, ninguém irá se lembrar dos pseudo-cientistas que se prestam a esse trabalho contra a ciência do clima.

Como a crise no IPCC pode afetar a credibilidade da ciência do clima?
Quem faz avançar a ciência do clima não é o IPCC. Quem faz avançar a ciência do clima é a ciência. O IPCC só sumariza resultados. E ao fazer esse sumário, o IPCC não é infalível, como nenhuma instituição científica é infalível. Semana passada, inclusive, a revista Nature Geoscience retirou de circulação um paper que havia publicado. E essa publicação científica tem um dos mais rigorosos sistemas de revisões do mundo. Por isso, repito: nenhuma instituição científica é infalível. Nenhum cientista é infalível. E o método científico tem essa característica: a ciência está sempre se auto-corrigindo. É lógico que o que aconteceu com o IPCC é um alerta importante, apesar do problema ter sido relativamente pequeno. Nenhum dos erros apontados, vale destacar, chegou ao sumário enviado para os tomadores de decisão. Por isso creio que essa ênfase exagerada que está sendo colocada no órgão é muito mais uma questão política do que científica.

Diante de suas afirmações de que este é um debate político e econômico, é possível apontar setores por trás dos céticos em relação às mudanças climáticas?
Antes de tudo, é preciso deixar claro que não sou especialista nesse tópico. Mas recentemente tive contato com a resenha do livro Climate Coverup: the cruzade to deny global warming (A dissimulação do clima: a cruzada para negar o aquecimento global), do advogado e ambientalista canadense James Hoggan, que mapeia como foi montada a estratégia do lobby anti-aquecimento global. Na resenha, feita pelo economista Ladislaw Dowbor, encontramos mais ou menos o seguinte: “A articulação envolve instituições conservadoras e poderosas. Sempre empresas petróleo, carvão e produtores de carro, muitos dos republicanos e a direita religiosa. A maioria desses movimentos [contra o aquecimento global] é originária dos EUA e é mantida por esse lobby”. Vale destacar o papel preponderante da indústria do carvão. Na área do petróleo a Exxon Mobil é uma das poucas companhias que insistem em apoiar esse tipo de pesquisa. A maioria já está mudando o foco e investindo em energias renováveis.

Como avalia as reportagens sobre a crise do IPCC?
A imprensa ocidental moderna é regida pelo pluralismo. Por isso, ela sempre procura dar espaço para quem tem uma visão diferente. O problema é que a dissidência acaba recebendo um peso muito grande. Foi demonstrado nos EUA que os céticos tinham um espaço na imprensa quase idêntico ao destinado aos cientistas que falavam de aquecimento global. O problema é que 0,1% dos cientistas que entendem de clima são céticos. Isso significa que menos de 1% da ciência tinha 50% do espaço no debate sobre existência ou não das mudanças climáticas que chega ao público por meio da grande imprensa. É lógico que dessa forma os leitores vão ter uma idéia de que são duas teorias científicas equivalentes. Isso reflete muito mais a pluralidade da mídia, que às vezes é usada em excesso, do que necessariamente a força das teorias de vários cientistas.

Quais as perspectivas para o IPCC, após a questão do erro nos dados sobre o Himalaia?Como disse anteriormente, esse foi um alerta importante e o IPCC já chamou um corpo de pesquisadores independentes, que irá divulgar em três meses um relatório revisando os dados. E não se surpreenda, eu prevejo que outros erros serão encontrados. É inevitável. São 3 mil paginas e tudo é realizado por meio de trabalho voluntário. Eu, por exemplo, eu já trabalhei e trabalho em vários relatórios, e posso afirmar que existe uma pressão enorme de tempo para a conclusão. Além disso, é necessária uma lógica complexa para que tudo seja levado em consideração. É impossível não encontrar algum erro. Assim, para evitar esse tipo de problema, acredito que o IPCC deva contar com uma errata contínua, como os jornais apresentam todo dia, por exemplo. Se forem apontados erros após a publicação de um relatório, o órgão deve imediatamente divulgar uma errata. Não se pode esperar cinco anos para que o relatório seguinte cubra o assunto e divulgue erros encontrados.

Fonte: ANDI Mudanças Climáticas, Envolverde, IHU-Online, 12-03-2010

Políticas públicas do clima

Nos últimos anos, as mudanças climáticas foram catapultadas para a primeira página dos jornais e para as Assembléias Legislativas de inúmeros Estados brasileiros. O país vem assistindo ao surgimento de legislações estaduais específicas sobre  tema.  

Atualmente, além da Política Nacional das Mudanças Climáticas, sancionada no ano passado pelo Governo Federal, quatro Estados brasileiros (Amazonas, Goiás, Santa Catarina e São Paulo) já possuem uma lei específica sobre o tema e outros seis estão elaborando suas políticas (Amapá, Mato Grosso, Paraná, Pernambuco, Bahia e Espírito Santo).

Qual a importância disso num país onde "leis tem que pegar"? Leis como estas instituem legalmente os mecanismos e instrumentos necessários para os governos estaduais desenvolvam políticas públicas e projetos para mitigar e promover adaptação às mudanças privadas. 

Estou participando deste processo no Espírito Santo. Aqui, a política está sendo elaborada pelo Fórum Capixaba de Mudanças Climáticas, instância da qual participam representantes da sociedade civil e do Governo Estadual.

Se o seu Estado ainda não está se movimentando, escolham bem seu candidato a Governador nas próximas eleições. 

Para aqueles interessados em ler as políticas existentes, eu reuni todas as que eu possuo e coloquei no neste link.


Muito mais do que mudanças climáticas

Roberto Strumpf, GVces
O ponto principal é que o engajamento de pessoas e corporações em questões socioambientais não pode se sustentar apenas nas mudanças climáticas. E me parece que a exposição exagerada desta ameaça global acabou por ofuscar uma série de questões importantíssimas que incorporam a sustentabilidade.
 
Considero esta abordagem perigosa porque, se por um lado o que move a economia do baixo carbono não é uma certeza absoluta, e sim o principio da precaução tardiamente aplicado – já que não temos um planeta B…, por outro as mudanças propostas por esta economia são, sem exceção e sem sombra de dúvida, absolutamente necessárias para nossa sociedade.

As três principais propostas sendo discutidas hoje em âmbito global para a mitigação das mudanças climáticas podem ser resumidas em eficiência energética, energias renováveis e redução do desmatamento. Esta primeira é facilmente defendida por argumentos não climáticos, isso porque investir em eficiência energética significa redução de custos e diferenciação dos produtos de uma empresa, tornando-a mais competitiva no médio e longo prazo. Este é um bom motivo para que, no mundo todo, empresas líderes em seus setores realizem inventários de emissões de gases de efeito estufa (GEE), processo que aponta os caminhos para uma boa gestão energética e para a inovação.

A diversificação da matriz energética através do investimento em renováveis é questão de segurança nacional, pois evita que um país dependa tão fortemente de um recurso que, além de finito, é controlado por um grupo de poucos países como no caso do petróleo. Além disso, a implementação conjunta destas duas primeiras propostas reduz a possibilidade de conflitos advindos de disputas por esses recursos finitos e tem ainda um impacto enorme na saúde de moradores de grandes centros urbanos, que sofrem com a poluição do ar causado pelo excesso de meios de transporte ineficientes movidos a combustíveis fosseis.


Por fim, o reconhecimento do valor dos serviços ambientais fornecidos por uma floresta é um argumento fortíssimo contra o desmatamento ilegal que, por si só, deveria ser o bastante para evitar esta pratica há muito tempo. Alem dos serviços mais óbvios como o fornecimento de alimentos, medicamentos, cosméticos, fibras e madeira que uma floresta tropical abriga, temos ainda a questão hídrica que no Brasil é absolutamente estratégica. A umidade exportada pela Amazônia para outras regiões é da ordem de 1,7 trilhões de metros cúbicos de vapor d’água, segundo estimativa do professor Eneas Salatti da Fundação Brasileira para o Desenvolvimento Sustentável (FBDS), ou seja, sem a Amazônia nossa produção de grãos e carne e nossa matriz elétrica poderiam estar em risco por falta de chuvas no Centro Oeste, Sul e Sudeste,do país. Estes são apenas alguns de muitos argumentos para provar que investimentos maciços em eficiência energética, energias renováveis e combate ao desflorestamento são necessários e estratégicos para todos os setores da sociedade, independente de termos ou não alguma responsabilidade sobre as mudanças climáticas. Uma abordagem monotemática é frágil e coloca em risco todo o esforço e recursos alocados nas últimas décadas para viabilizar um desenvolvimento mais sustentável.

Já somos quase 7 bilhões de pessoas mas a Terra permanece a mesma. Há mais de 1 bilhão de chineses querendo um padrão de vida melhor e é justo que o façam. . Dependemos demais de recursos não renováveis e, devido a uma péssima gestão de nossas riquezas naturais, estamos acabando com recursos teoricamente abundantes. Questionar verdades tidas como absolutas é saudável, sempre moveu a ciência, mas colocar uma dúvida como desculpa para a inação é um tiro no pé quando as consequências são tão desastrosas para o meio ambiente e o homem.

Os resultados do atual modelo de desenvolvimento insustentável não são previsões futuras, nós a sentimos e pagamos caro por isso todos os dias, isso tem de ficar claro. Portanto, vamos deixar a discussão sobre nossa responsabilidade perante as mudanças climáticas para a ciência e fazer nossa parte porque, caso contrário, quando esta discussão terminar será tarde para comemorarmos.


26 de fevereiro de 2010

Responding to Climate Change - an integral approach

We love our climate - and yet we fear it, writes Mike Hulme
  in his recently published book "Why we disagree about climate change" (Cambridge University Press). He observes that 'we are not quite sure what to make out of the idea of climate: we can celebrate its power to evoke strong emotions in us, while also bemoaning its unpredictability or fearing its future behaviour. We expect climate to perform for us; to offer us the water around which we work and create and within which we relax and recreate. Yet we know too that climate is fickle, with a will and a mind of its own, offering us not only days of tranquility and repose, but also the storms and dangers that our ancestors encountered over countless centuries and that continue to afflict us today' (Hulme, 2009:2). 

Climate has both physical and cultural connotations. From a physical point of view, one cannot deny that the climate of the Amazon is wetter in an absolute sense than is the climate of the Sahara. From a cultural perspective, this may become irrelevant, as the climate of the Sahara means something quite different to a Bedouin than it does to a Brazilian. 'Ideas about climate are always situated in a time and in a place. Climates can change physically, but also ideologically' (Hulme, 2009:4).

What about climate discourses? In a very inspiring essay, O'Brien
  writes that climate change is usually represented as bad news, except among sceptics who argue that a warmer world may be more beneficial for human beings than a cold world. However, climate change may also be good news: Never before in human history has there been such strong evidence that we live in an interconnected world, where actions taken in one place have consequences in another. The notion of winners and losers, which has been a driving force for competition among individuals and between groups and states, becomes an illusion as the process of climate change accelerates. There is now a window of opportunity to recognize that human well-being and human security are really about the connections and relationships among different perspectives. In other words, climate change forces us to realize that the “I, we, and it(s)” are in this together (O'Brien).

There is no single “solution” to climate change, and no measure will be met with the instant gratification that people in modern, high-energy consumption societies often expect. For her it is clear that the emphasis on understanding climate change from an objective, systems perspective has downplayed the importance of subjective, interior dimensions of climate change, when in fact the integration of both aspects is needed (O'Brien, in press). The science and policy communities dealing with climate change often do not recognize or respect different stages of development, and instead insist that presenting rational arguments and complex graphics of climate model output should be enough to convince people to change their behaviour (ibid.). Recognizing that climate change will mean different things to different individuals, communities, groups, or cultures is essential to providing ownership of the problem, a prerequisite for responding to climate change, she argues.


Climate change scientists in particular can benefit from such an integral
  approach, as it provides an inclusive framework that can guide interdisciplinary research. Policymakers and practitioners who are dealing with the complex challenges of global warming, amidst many other processes of change, can also benefit from an integral approach, which draws attention to human development and relationships to culture, values, and worldviews. Focusing on change, rather than on climate, allows one to see obstacles to and opportunities for responding successfully to climate change (O'Brien, in press).

Sources

25 de fevereiro de 2010

Nas urnas, eleitores levarão em consideração o meio ambiente


A pesquisa, realizada pela Market Analysis em algumas capitais brasileiras (São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Recife, Salvador, Porto Alegre, Curitiba, Brasília e Goiânia) indica que dois a cada três brasileiros votarão na próxima eleição de acordo com o posicionamento dos políticos em relação às mudanças climáticas.

Os jovens são os mais preocupados com o assunto, a pesquisa mostrou que 73% dos entrevistados, que tem entre 18 e 24 anos, colocarão o assunto no topo de suas exigências eleitorais. Enquanto 52% dos entre 55 e 69 anos afirmam se preocupar com o clima durante a votação.

A pesquisa também indicou as regiões brasileiras mais conscientes: Recife (com 86% de eleitores) e Salvador (com 75%) são as cidades que mais possuem eleitores de plataformas preocupadas com o clima. Brasília, com apenas 50% dos votos, é a cidade menos sensibilizada.

Além disso, pode-se constatar que as classes mais preocupadas com o meio ambiente são a média e a baixa. A elite econômica do Brasil demonstrou menor receptividade com candidaturas que dão importância a questão ambiental.

Fonte: EcoD

2 de dezembro de 2009

Acender uma vela pela esperança de um acordo pra valer

Esta semana Barack Obama e os líderes de outros países grandes anunciaram que não iriam alcançar nenhum tipo de acordo legalmente vinculante em Copenhague - declarando que precisavam de mais tempo, apesar dos cinco anos de preparação que já tiveram.

Isto é muito triste e muito perigoso - o planeta já está ficando sem "anos seguintes". Porém isto dá a todos nós mais tempo para organizar um movimento para fazer com que eles respeitem a ciência.

Por isso está na hora de dar grandes passos. O mundo precisa mais uma vez da sua ajuda.

Está sendo organizada uma mobilização global para o fim de semana do meio da conferência de Copenhague - 11-13 de Dezembro. Nossa mensagem coletiva? "O Mundo Quer um Acordo Pra Valer" - gente de todo o mundo está exigindo um acordo global de clima vinculativo, orientado pelos mais recentes dados científicos e construído com base em princípios de justiça e equidade.

Haverá grandes manifestações no sábado dia 12 em muitas cidades, e no domingo dia 13, comunidades de fé de todo o mundo irão fazer tocar sinos das igrejas, tocar tambores, soprar trombetas - tudo isso 350 vezes.

E aquilo que mais esperamos é que você ajude a organizar uma vigília à luz das velas em algum lugar emblemático ou estratégico perto de você, na sexta ou sábado à noite, dia 11 ou 12. Por todo o mundo, as pessoas vão se reunir para acender velas ou lanternas, em solene solidariedade com os cidadãos daquelas nações que irão ser os primeiros a enfrentar desafios à sua própria sobrevivência.

Clique aqui para ver os detalhes sobre organização de uma vigília local ou para registrar uma em sua comunidade: www.350.org/pt/vigil

A seu tempo, todos acabaremos sendo confrontados com a subida do nível das águas do mar, o aumento das secas, e com temperaturas demasiado altas para poder cultivar alimentos. Mas neste momento - este ano, esta década - há países sendo confrontados de uma forma extrema com estas dificuldades. Eles estão na linha da frente de uma luta por verdadeira mudança em Copenhague, e precisam de sua ajuda para amplificar suas vozes.

Como disse o Presidente Mohammed Nasheed das Maldivas, na semana passada, numa cimeira das nações mais vulneráveis:

"Não assinaremos um pacto suicida, nem em Copenhague nem em lugar nenhum."

Ao contrário, ele e as outras nações apelaram a um "pacto de sobrevivência", com compromissos para que o mundo desenvolvido diminua as suas emissões o suficiente garantindo que a concentração atmosférica de CO2 regresse aos 350. Eles conhecem esta simples verdade matemática sobre o aquecimento global: 350=Sobrevivência.

Algumas das vigílias à luz de velas serão feitas em lugares emblemáticos em comunidades do mundo todo. Outras terão lugar em frente de embaixadas e consulados estadunidenses, e em representações do senado por todos os Estados Unidos. Isto acontece em parte porque os EUA são, historicamente, os maiores responsáveis pelas emissões de carbono na atmosfera. Mas também porque os Estados Unidos poderiam, se quisessem, conduzir-nos na direção de uma política global de clima sã. A eleição de Barack Obama acabou com o veto automático dos EUA - mas os EUA ainda estão propondo ações insuficientes, muito abaixo do que os cientistas dizem ser necessário. E Obama ainda não esteve à altura da liderança que esta crise exige.

De uma forma muito real, a sobrevivência a curto prazo de muitas nações, e a saúde a longo prazo de todo o planeta, estão nas mãos de Obama e do Senado dos Estados Unidos. As suas posições, juntamente com o nível de liderança que é veiculado pela União Europeia, China, e algumas outras nações, podem tornar possível ou impossível a criação de um tratado global de clima. As decisões tomadas por este pequeno grupo de pessoas irá, em grande medida, determinar se o mundo consegue ou não um verdadeiro acordo - não um acordo qualquer, mas um que seja suficientemente forte para pôr o planeta de volta num caminho que conduza aos 350. A sua coragem - ou falta dela - irá ajudar a determinar o futuro do planeta por tempos geológicos.

Estas velas que todos acendemos são de esperança.

Em frente,

Bill McKibben por toda a equipe da 350.org