31 de dezembro de 2009

2010: O Ano em que faremos contato


Alguém se lembra deste filme? Foi uma sequencia do grande clássico 2001: Uma odisséia no espaço, de Stanley Kubrick. Criado em 1984, o filme traz uma nova chance para confrontar os enigmas surgidos na desafiante e perigosa missão Júpiter no ano de 2001. Os membros da tripulação a bordo da Leonov estão no curso para encontrar com a Discovery, ainda em órbita. O que eles não sabem é que também estão à beira de descobrir as respostas para os mais profundos mistérios da humanidade. O ano é 2010. Tempo para descobrir que não estamos sozinhos.
A ideia de ilustrar a minha mensagem para 2010 com este filme, além da óbvia coincidência do título do filme com o ano que se inicia, é provocar a reflexão. Apesar de não estarmos em guerra fria, como no tempo em que o filme foi criado, estamos lutando com um inimigo que pode ser mais cruel do que a Rússia ou os EUA. Nós mesmos.
Estamos vivendo uma crise de identidade, própria da nossa adolescência no planeta. Vivemos aqui há poucos anos e desrespeitamos os mais velhos, as espécies que aqui vivem há muito mais tempo do que nós. Tratamos de viver o momento, abusar da comida, da bebida, das drogas e de tudo que conseguirmos consumir. Somos inconsequentes, irresponsáveis, inconvenientes. Não sabemos nos comportar. Somos os típicos 'aborrecentes' do planeta.
Mas e aí? O que o filme tem a ver com isso mesmo? Simples. Para mim, a palavra "contato". Que em 2010 seja realmente o ano em que faremos contato. Contato não com extraterrestres,
mas com nós mesmos e com nossos sentimentos mais elevados, para que possamos contruir juntos uma grande comunidade global mais solidária e inclusiva. E mais consciente.
Feliz 2010 para todos e obrigada por este ano de grandes aprendizados, experiências e amizade.
Andy.

22 de dezembro de 2009

Nada de hope em Copenhague: balanço da Cop-15

A 15ª. Conferência das Nações Unidas para as questões do clima, realizada em Copenhague, na Dinamarca, confirmou a expectativa da maioria dos analistas e observadores, que já previam, algumas semanas antes do início do encontro, que um tratado formal, com metas compulsórias de redução de emissões, dentro dos níveis recomendados pelo IPCC, não seria possível na COP-15.

O resultado havia sido insinuado pelo presidente Lula no meio da tarde da sexta-feira, num discurso de improviso em que ele confessou estar “um pouco frustrado” e, em tom de decepção, perguntou se seria preciso que “um anjo ou um sábio descesse do céu para dar aos negociadores a inteligência que estava faltando para chegarem a um acordo”.

Em rápidas pinceladas, o documento fechado pelos principais protagonistas do encontro – leia-se os maiores emissores do planeta, EUA e China, alguns países emergentes, como Brasil, Índia e África do Sul, e as maiores potências da União Europeia – não tem nenhum valor prático no esforço de reverter o aquecimento global.

As metas de redução de emissões, ponto-chave para o combate às mudanças climáticas, ficaram em aberto. Genericamente, acertou-se que a meta global até 2050 é de redução de 50% das emissões em relação a 1990. De resto, a partir de 2012, quando vencem as exigências do Protocolo de Kyoto, os países industrializados estarão teoricamente sem obrigações a cumprir, embora tenham concordado em assumir uma meta de redução de 80% de suas emissões até 2050.

Os emergentes, que já não precisam se preocupar com suas emissões, continuarão sem metas de mitigação. Para não deixar em branco o seu papel, os países em desenvolvimento concordaram em continuar seus esforços voluntários e, para atender uma parte das exigências dos países ricos, vão “listar suas ações e compromissos nacionais e os mecanismos de financiamento que utilizam, tentando manter a margem de mitigação necessária para que o aquecimento global não passe dos 2º C. Além disso, devem oferecer condições para consultas e análises internacionais, sob regras claras e definidas”.

O acordo é evasivo até em relação ao futuro das negociações. Sugere, em termos simples, que um tratado vinculante pode ser alcançado “tão logo quanto possível”, antes da próxima conferência, no México, em novembro de 2010. Mas não estabelece nenhuma data-limite específica, embora declare que o acordo pode ser revisto e readequado em 2015.

Enfim, o resultado final da Conferência de Copenhague não pode ser considerado um avanço, mas um arranjo formulado de última hora, na tentativa de não bloquear futuras negociações. Tanto que não agradou a ninguém, nem mesmo aos Estados Unidos, que foram um dos principais responsáveis pela paralisação que tomou conta do encontro nos dois últimos dias.

As informações veiculadas pela imprensa internacional deixam transparecer que no final da tarde de sexta-feira, o último dia da COP-15, havia apenas o esforço desesperado das principais nações negociadoras de conseguir um documento final capaz de dar uma satisfação à sociedade e que evitasse deixá-las em más condições diante da opinião pública, entre elas França, Inglaterra, Alemanha, Brasil, China, Índia, África do Sul e, como elemento-surpresa, os Estados Unidos.

De acordo com o New York Times, esse documento só chegou a um consenso depois que o presidente norte-americano entrou, sem ser convidado, em uma sala onde se reuniam, com seus assessores, os líderes dos chamados Basic (Brasil, África do Sul, Índia e China). Sob os protestos dos negociadores chineses, Obama disse, na hora, que não queria que eles negociassem em segredo.

Entretanto, citando como fonte um membro de alto escalão da equipe de Obama, o NYT diz que a invasão do presidente dos EUA “levou a novas conversas, que cimentaram os temos-chave do acordo”. Ainda segundo o site do jornal, o embaixador brasileiro Sergio Serra, um dos negociadores, “confirmou que Obama teria realmente se juntado ao grupo e que, depois disso, muitas decisões foram tomadas; mas não disse que ele não havia sido convidado”.

Do ponto de vista diplomático, e até estratégico, o acordo pode ser considerado positivo, na medida em que definiu algumas linhas de consenso sobre as quais as negociações podem continuar. Mas, na prática, a maioria dos países considerou os resultados insatisfatórios, já que não contribuem em nada com o objetivo maior da conferência, que era o de definir medicas eficazes para evitar que o aquecimento global exceda aos 2º C até 2100.

O próprio membro da administração Obama ouvido pelo NYT admitiu que o acordo “não é suficiente para combater as conseqüências das mudanças climáticas”, embora acredite que tenha sido “um importante primeiro passo”. Entre os países emergentes, o descontentamento foi explícito. Para Sérgio Serra, trata-se de “uma declaração política em forma de uma decisão da COP-15. Certamente é um resultado decepcionante".

A grande decepção, no entanto, foi da União Européia, que ficou insatisfeita principalmente com o não engajamento dos EUA, da China e de outros grandes emissores nos esforços de mitigação. Os europeus temem que suas indústrias fiquem em desvantagem competitiva, uma vez que esses países já estão se submetendo a um programa de redução de emissões.

A delegação chinesa, que desde o início assumiu uma posição conservadora, apresentando metas de mitigação insignificantes e nenhuma intenção de entrar no jogo de forma transparente, foi provavelmente a que saiu do encontro mais satisfeita, embora seja o maior emissor do planeta. Para o principal negociador da China, Xie Zhenhua, a COP-15 teve um resultado positivo e "todos deveriam estar felizes".

Por Celso Dobes Bacarji, da Envolverde - Fonte: Ethos

Tweets conscientes: Arrecadação via Twitter obtém 78 mil obras infantis

Heber Dias de Sousa, Laura Furquim Xavier e José Luiz Goldfarb nunca se encontraram pessoalmente. Mas, juntos, viraram uma espécie de Papai Noel de crianças que têm pouco acesso a livros.

Em outubro, eles criaram uma campanha pelo site Twitter, em que pediam aos seus leitores que, neste Natal, doassem exemplares para comunidades pobres.

O que começou com apenas 140 caracteres (espaço permitido para cada mensagem) foi parar em uma das maiores livrarias do país. A livraria Cultura colocou em todos os livros vendidos em São Paulo, Campinas e Porto Alegre um cartão-postal, pedindo que os compradores participassem da campanha.

A ideia começou com Heber, que, de forma despretensiosa, sugeriu em seu Twitter o presente a seus leitores. Laura, professora de Química em Minas Gerais, leu e gostou da ideia. Procurou, então, o apoio do Ministério da Educação e do Conselho de Secretários Estaduais de Educação. Ga­­nhou pontos de doação em todos os estados.

Goldfarb, curador há 19 anos do Prêmio Jabuti e professor da PUC-SP, seguiu na mesma direção. Com experiência em campanhas de arrecadação de livros, foi atrás de empresas que quisessem participar da iniciativa.

Desde que deixou o mundo virtual, a campanha "Doe um livro no Natal"" já arrecadou 78 mil livros de literatura - didáticos não são aceitos.

A meta do grupo é chegar aos 100 mil livros até o dia 23. Depois, a campanha continuará apenas nas unidades da Droga Raia, até 20 de janeiro.

Os livros recebidos serão entregues a bibliotecas públicas, dentro e fora das escolas. Os organizadores esperam presentear entre 300 e 500 salas de leitura, que podem atingir até 500 mil jovens. "Queremos encher as bibliotecas de literatura para que os jovens adquiram o hábito da leitura por prazer"", diz Goldfarb.

Fonte: Gazeta do Povo - PR 21/12

4 de dezembro de 2009

O Ser Consciente gosta de gatos


Voluntários realizam primeira feira de adoção de gatos na UFES

O grupo Gatinhos da UFES, formado por voluntários que tratam dos gatos que vivem no campus da Universidade Federal do Espírito Santo, realiza a primeira feira de adoção no próximo domingo (6), das 8h às 17h, em frente ao Cine Metrópolis.

Os interessados em adotar um animal devem levar Carteira de Identidade, comprovante de residência e, se possível, uma caixinha para transporte. Será exigida a assinatura do termo de responsabilidade e haverá orientação sobre a posse responsável. Também será feito um bazar com produtos doados a fim de se arrecadar recursos para os gatinhos que vivem no campus, já que o gasto somente com a alimentação é de cerca de 450 kg de ração por mês.

As despesas incluem ainda medicação, consultas e cirurgias para os mais de 100 animais que moram no local e mais 50 que vivem nas casas dos integrantes do grupo.
Mais informações no Blog http://adotegatinhosdaufes.blogspot.com

Fonte:
Gazeta Online

2 de dezembro de 2009

Acender uma vela pela esperança de um acordo pra valer

Esta semana Barack Obama e os líderes de outros países grandes anunciaram que não iriam alcançar nenhum tipo de acordo legalmente vinculante em Copenhague - declarando que precisavam de mais tempo, apesar dos cinco anos de preparação que já tiveram.

Isto é muito triste e muito perigoso - o planeta já está ficando sem "anos seguintes". Porém isto dá a todos nós mais tempo para organizar um movimento para fazer com que eles respeitem a ciência.

Por isso está na hora de dar grandes passos. O mundo precisa mais uma vez da sua ajuda.

Está sendo organizada uma mobilização global para o fim de semana do meio da conferência de Copenhague - 11-13 de Dezembro. Nossa mensagem coletiva? "O Mundo Quer um Acordo Pra Valer" - gente de todo o mundo está exigindo um acordo global de clima vinculativo, orientado pelos mais recentes dados científicos e construído com base em princípios de justiça e equidade.

Haverá grandes manifestações no sábado dia 12 em muitas cidades, e no domingo dia 13, comunidades de fé de todo o mundo irão fazer tocar sinos das igrejas, tocar tambores, soprar trombetas - tudo isso 350 vezes.

E aquilo que mais esperamos é que você ajude a organizar uma vigília à luz das velas em algum lugar emblemático ou estratégico perto de você, na sexta ou sábado à noite, dia 11 ou 12. Por todo o mundo, as pessoas vão se reunir para acender velas ou lanternas, em solene solidariedade com os cidadãos daquelas nações que irão ser os primeiros a enfrentar desafios à sua própria sobrevivência.

Clique aqui para ver os detalhes sobre organização de uma vigília local ou para registrar uma em sua comunidade: www.350.org/pt/vigil

A seu tempo, todos acabaremos sendo confrontados com a subida do nível das águas do mar, o aumento das secas, e com temperaturas demasiado altas para poder cultivar alimentos. Mas neste momento - este ano, esta década - há países sendo confrontados de uma forma extrema com estas dificuldades. Eles estão na linha da frente de uma luta por verdadeira mudança em Copenhague, e precisam de sua ajuda para amplificar suas vozes.

Como disse o Presidente Mohammed Nasheed das Maldivas, na semana passada, numa cimeira das nações mais vulneráveis:

"Não assinaremos um pacto suicida, nem em Copenhague nem em lugar nenhum."

Ao contrário, ele e as outras nações apelaram a um "pacto de sobrevivência", com compromissos para que o mundo desenvolvido diminua as suas emissões o suficiente garantindo que a concentração atmosférica de CO2 regresse aos 350. Eles conhecem esta simples verdade matemática sobre o aquecimento global: 350=Sobrevivência.

Algumas das vigílias à luz de velas serão feitas em lugares emblemáticos em comunidades do mundo todo. Outras terão lugar em frente de embaixadas e consulados estadunidenses, e em representações do senado por todos os Estados Unidos. Isto acontece em parte porque os EUA são, historicamente, os maiores responsáveis pelas emissões de carbono na atmosfera. Mas também porque os Estados Unidos poderiam, se quisessem, conduzir-nos na direção de uma política global de clima sã. A eleição de Barack Obama acabou com o veto automático dos EUA - mas os EUA ainda estão propondo ações insuficientes, muito abaixo do que os cientistas dizem ser necessário. E Obama ainda não esteve à altura da liderança que esta crise exige.

De uma forma muito real, a sobrevivência a curto prazo de muitas nações, e a saúde a longo prazo de todo o planeta, estão nas mãos de Obama e do Senado dos Estados Unidos. As suas posições, juntamente com o nível de liderança que é veiculado pela União Europeia, China, e algumas outras nações, podem tornar possível ou impossível a criação de um tratado global de clima. As decisões tomadas por este pequeno grupo de pessoas irá, em grande medida, determinar se o mundo consegue ou não um verdadeiro acordo - não um acordo qualquer, mas um que seja suficientemente forte para pôr o planeta de volta num caminho que conduza aos 350. A sua coragem - ou falta dela - irá ajudar a determinar o futuro do planeta por tempos geológicos.

Estas velas que todos acendemos são de esperança.

Em frente,

Bill McKibben por toda a equipe da 350.org