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8 de fevereiro de 2010

Nada mais consciente do que se entregar completamente a um chamado

Quem pode ser mais consciente do que um jovem de 17 anos que um dia larga o conforto do lar e o aconchego da família para seguir o caminho do celibato, da fé e da oração?

Seja lá qual for a sua religião, não dá para negar o altruísmo desta escolha.

Meu irmão Maurício fez isso e hoje, com 21 anos, vive feliz com sua decisão.

Compartilho abaixo um artigo que ele escreveu recentemente.
Na sua tenra idade, já tem muito a nos ensinar.

Abraços,
Andy


A Pedra da Esperança
Publicado por Cesny em 01/2/2010 (80 leituras)

Maurício Outeiro, LC

Faz alguns dias quando visitei o cemitério, estava caminhado e rezando pelas almas dos fieis defuntos, e vi que várias lápidas e túmulos tinham objetos portadores de significado, como flores, fotos, estatuas de santos, entre outras coisas. Numa delas vi que em cima tinha uma pedrinha que estava escrito 'esperança'. Essa pedra me fez reflexionar e perguntar-me: O que nós católicos esperamos?Hoje em dia vivemos numa sociedade onde tudo é fácil e pré-fabricado, estamos acostumados a soluções instantâneas e em curto prazo, ninguém gosta de esperar.

Por isso que a virtude da esperança é uma das virtudes que está deixada de lado, até mesmo pelos católicos. É verdade que nós acreditamos na vida eterna e que Cristo ressuscitou dentre os mortos, e que pela fé esperamos chegar um dia ao céu. Mas se refletimos bem, vivemos mais preocupados com as coisas deste mundo que com as do porvir. Quantas vezes não vamos pelo mundo numa correria para poder viver bem economicamente e acabamos colocando nossas forças e esforços em nós mesmos e nas nossas qualidades.

Uma frase que reflete bem a situação do mundo em que nós estamos vivendo é a seguinte: “Os homens perdem a saúde para juntar dinheiro, depois perdem o dinheiro para recuperar a saúde. Pensam ansiosamente no futuro e acabam por não viver nem o presente e nem o futuro. E vivem como se não fossem morrer... e morrem como se nunca tivessem vivido." (Dalai Lama)

Durante a vida temos muitas esperanças, esperanças que com tempo terminamos por alcançar, mas nelas não está a Verdadeira Esperança com diz o Papa Bento XVI na sua Encíclica Spe Salvi: “torna-se evidente que o homem necessita de uma esperança que vai mais além. Vê-se que só algo de infinito lhe pode bastar, algo que será sempre mais do que aquilo que ele alguma vez possa alcançar.” (Spe Salvi nº 30)

Deus é essa grande esperança, viver de cara a eternidade é o melhor remédio para poder encontrar aquilo que satisfaz os nossos corações.A solução para poder encontrar paz nas nossas vidas é colocar toda nossa confiança e esperança em Deus. Ele é o mais interessado pela nossa tranquilidade. Se nós colocamos tudo da nossa parte, mas ao mesmo tempo confiamos em Deus, sabemos que no final, é Ele que faz frutificar. (Mt 6, 25-32)

21 de julho de 2009

A Terceira Inteligência

Todos os dias somos cercados por notícias sobre violência, drogas, corrupção, crise. Seja pela mídia, amigos, vizinhos ou parentes, sempre recebemos, em algum momento, informações que revelam o quanto têm aumentado os índices de pobreza e de insegurança, que nos desanimam e pouco a pouco constroem uma barreira de desconfiança entre as pessoas. Mas será o ser humano assim tão maléfico? De que forma a nossa inteligência responde a tudo isso?

Em meio a essa descrença pela boa vontade humana, precisamos olhar um pouco para o lado e procurar ver o que muita gente anda fazendo de bom na comunidade onde vive. São com exemplos de superação e de construção que podemos renovar nosso ânimo e enxergar que nossos problemas, na maioria das vezes, não são nada perto do vivido por outros. E esses exemplos não estão distantes.

Não fazem somente parte da história de grandes países. São pequenas ações como a de jovens de uma escola pública da Capital que resolveram dizer não ao bullying; gaúchos comuns do interior do Estado que se uniram para tirar o lixo do rio e se depararam com toneladas de entulhos recolhidos; crianças que se vestem de palhaço para fazer nascer sorrisos em outras crianças internadas em um hospital; jovens que conseguiram se livrar das drogas graças ao trabalho de pessoas que fizeram mais do que seu cargo burocrático determinava.

Todas essas iniciativas são comandadas por nossas três inteligências: a primeira, a intelectual, é o famoso QI (quociente de inteligência), que nos permite elaborar os projetos para solucionar problemas objetivos. A segunda, a emocional, é a faísca que nos impulsiona quando vemos uma situação de injustiça e nos dá combustível para trabalhar na melhoria de uma região ou de nossa comunidade. É a nossa emoção, compaixão, revolta.

Mas existe também uma terceira inteligência, chamada inteligência espiritual. E é essa capacidade que intuitivamente norteia todas as nossas ações. Sua base empírica reside na biologia dos neurônios, pesquisada nas últimas décadas por neurólogos, neuropsicólogos, neurolinguistas e técnicos em magnetoencefalografia (que estudam os campos elétricos do cérebro). A terceira inteligência representa uma vantagem evolutiva de nossa espécie homo e é por meio dela que percebemos os contextos maiores da nossa vida, as totalidades significativas e nos faz sentir inseridos no todo.

O nome espiritual nada tem a ver com práticas e conceitos religiosos e doutrinários. A espiritualidade pertence ao homem e não é monopólio das religiões. Essa inteligência se sobrepõe a interesses materiais e econômicos e se caracteriza pela generosidade, respeito ao próximo, ética. Ela nos faz transcender ao ego, como diz o médico Deepak Chopra – autor de mais de 25 obras sobre autoconhecimento traduzidas para 35 idiomas –, substituindo a pergunta O que vou ganhar com isso? por Como posso ajudar?

A solução para velhos e novos problemas reside na simplicidade. Quando somamos forças para resolver uma situação, na maioria das vezes acabamos construindo muitas coisas boas, que acabam servindo de exemplo para outras pessoas e, assim, em uma reação em cadeia, multiplica uma rede de solidariedade e de resultados. Dessa forma, talvez, possamos substituir aos poucos o substantivo medo pelo verbo esperançar.


Por Maria Elena Pereira Johannpeter, Presidente Executiva (Voluntária) da ONG Parceiros Voluntários. (Envolverde/Rede Gife)